“Universidade deveria, na verdade, ser para poucos”, diz ministro
De acordo com Milton Ribeiro as instituições de ensino superior não são tão úteis à sociedade

Publicado em: 10/08/2021 às 12:29 | Atualizado em: 10/08/2021 às 12:29
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou à TV Brasil que a “universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”. Por isso, ele defendeu que as verdadeiras “vedetes” (protagonistas) do futuro sejam os institutos federais, capazes de formar técnicos.
“Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande”, disse Ribeiro, em entrevista ao programa “Sem Censura”, na noite desta segunda-feira (9).
Política de cotas
O ministro abordou a política de cotas em instituições de ensino superior, alegando que “a crítica que havia no passado, de que só ‘filhinho de papai’ estuda em universidade pública, se descontrói com essa lei”.
“Pelo menos nas federais, 50% das vagas são direcionadas para cotas. Mas os outros 50% são de alunos preparados, que não trabalham durante o dia e podem fazer cursinho. Considero justo, porque são os pais dos ‘filhinhos de papai’ que pagam impostos e sustentam a universidade pública. Não podem ser penalizados.”
“Não pode ser esquerdista, lulista”
Sobre reitores das universidades e seus posicionamentos políticos Ribeiro afirmou que “não é no meio da guerra que a educação pode progredir. Se a gente quiser discutir com professores a ideologia deles, cada um tem a sua, cada um caminha”.
“Respeitosamente, vejo que alguns deles optaram por visão de mundo à esquerda, socialistas. Eu falei pra eles: se formos discutir essas questões, nunca vamos chegar a um acordo”, disse o ministro.
Sobre os reitores, ele fez uma “ressalva”.
“Não pode ser esquerdista, lulista. Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto-final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda.”
A nomeação de reitores de universidades no governo Bolsonaro gerou críticas da comunidade acadêmica, depois que candidatos eleitos internamente, nas instituições de ensino, não foram empossados pelo presidente.
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