Proposta da Aneel para construir linhĂ£o Manaus-Boa Vista Ă© absurda

Governo federal dĂ¡ sinal de que pode intervir na agĂªncia de energia elĂ©trica

Publicado em: 02/10/2019 Ă s 06:37 | Atualizado em: 02/10/2019 Ă s 06:37

Dona de linhĂ£o Manaus-Boa Vista, a  concessionĂ¡ria Transnorte Energia declarou, por meio de seus advogados, que a proposta de reequilĂ­brio financeiro apresentada pela AgĂªncia Nacional de Energia ElĂ©trica (Aneel) é um “verdadeiro absurdo”.

A empresa, formada pela estatal Eletronorte e a empresa Alupar, alega que a agĂªncia do governo nĂ£o reconhece os investimentos jĂ¡ feitos pela companhia, alĂ©m dos prejuĂ­zos causados por uma obra que jĂ¡ acumula um atraso de mais de sete anos.

A linha Ă© prioridade na agenda do presidente Jair Bolsonaro. Leiloada em setembro de 2011, a rede Manaus-Boa Vista tinha prazo de trĂªs anos para ficar pronta, com entrada em operaĂ§Ă£o prevista para janeiro de 2015. O impasse sobre a questĂ£o indĂ­gena, no entanto, paralisou o empreendimento, que corta uma terra demarcada.

 

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Do total de 721 km do traçado previsto para ser erguido em Ă¡rea prĂ³xima da BR-174 que liga as duas capitais, 125 km passam por dentro da terra indĂ­gena, onde vivem 2,1 mil Ă­ndios em 56 aldeias.

O MinistĂ©rio de Minas e Energia jĂ¡ tinha prometido que a licença de instalaĂ§Ă£o da obra, que Ă© emitida pelo Ibama, sairia atĂ© julho, com ou sem o aval da Funai, o que nĂ£o ocorreu.

 

PrejuĂ­zos

O pedido de reconsideraĂ§Ă£o da concessionĂ¡ria Ă© uma resposta Ă  proposta da Aneel. A concessionĂ¡ria cobra uma taxa extra de R$ 966 milhões do governo, sob alegaĂ§Ă£o de que foi prejudicada pelo atraso nas obras e que nĂ£o teve culpa de nada.

Entre os prejuĂ­zos alegados pela empresa estĂ¡ a exigĂªncia para que a Transnorte faça hoje os investimentos estimados em 2012, com custo de capital daquele momento (5,59%), desconsiderando o custo de capital atual e reconhecido pela Aneel, de 8,23%.

A companhia declara ainda que o atendimento das exigĂªncias feitos pela populaĂ§Ă£o indĂ­gena e o cumprimento das obrigações de consultas aos povos tradicionais (OIT 169) demandarĂ£o ainda custos extraordinĂ¡rios no valor de R$ 107,6 milhões.

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