MP investiga influencer que Felca denunciou por explorar adolescentes
Ministério Público apura denúncias de exploração sexual e trabalho infantil envolvendo o influenciador paraibano.

Publicado em: 11/08/2025 às 11:35 | Atualizado em: 11/08/2025 às 11:46
O influenciador paraibano Hytalo Santos é investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde dezembro de 2024 por suspeita de exploração de adolescentes e trabalho infantil.
As apurações começaram após denúncias de que jovens sob sua tutela participariam de conteúdos com conotação sexual e frequentariam festas com consumo de álcool.
Nesta semana, o youtuber Felca publicou vídeo acusando Hytalo de lucrar com a sexualização juvenil e mostrar interações de adolescentes em contextos sugestivos.
Felca afirma que os vídeos incentivam a adultização. “Existe também nesse público homens adultos e esses homens não assistem pelas dinâmicas divertidas.”
Fase final do processo
A promotora Ana Maria França relata que a investigação iniciou após vizinhos denunciarem barulho e “exposição de crianças e adolescentes com conteúdo de conotação sexual, embora de forma subliminar”.
O Conselho Tutelar exigiu documentos dos jovens que viviam com o influenciador. Parte foi entregue apenas após audiência na Promotoria.
O caso pode ser enquadrado no artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata de produção de imagens pornográficas envolvendo menores.
Paralelamente, o Ministério Público do Trabalho apura suspeita de exploração de trabalho infantil, também negada pelo influenciador.
Argumentos da defesa
Hytalo nega irregularidades e afirma que os pais autorizam a tutela. Diz pagar escolas particulares e despesas dos jovens em troca de participação nos vídeos.
No vídeo de defesa, declara: “O pessoal aqui de casa é como se fosse uma família. Mas não somos uma família padrão ou tradicional.”
Segundo ele, há “uma ligação de muito amor e muito afeto” e colaboração com a Promotoria para esclarecer as denúncias.
Caso destacado por Felca
Felca mencionou uma jovem que vive com Hytalo desde os 12 anos e hoje tem 17. Em vídeos, ela aparece dormindo com pouca roupa e após cirurgia de prótese de silicone.
“[Ela] Desenvolveu toda sua pré-adolescência e adolescência nesse meio e aos poucos o Hytalo começou a perceber que quanto mais era mostrado da adolescente, mais retornava em números”, afirma.
Após a repercussão, contas no Instagram de Hytalo e da jovem foram desativadas. A Meta, responsável pela rede social, não comentou.
Visão jurídica
A professora de direito constitucional e presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, considera preocupante a audiência dos conteúdos. “É assustador pensar quem assiste a este tipo de conteúdo.”
Ela afirma que a exploração sexual infantil migrou também para o meio digital. “Continuamos falando de exploração sexual, um problema arraigado na sociedade.”
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Foto: reprodução/redes sociais