Governador Ă© acusado de racismo apĂ³s fala sobre ‘cor da pele’

A fala de Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, gerou denĂºncia por possĂ­vel prĂ¡tica de racismo. Ele nega a acusaĂ§Ă£o e alega distorĂ§Ă£o.

Publicado em: 16/01/2025 Ă s 17:01 | Atualizado em: 16/01/2025 Ă s 17:02

A declaraĂ§Ă£o do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sobre “a cor da pele das pessoas” como um dos atrativos turĂ­sticos de Pomerode, durante a abertura da 40ª Festa Pomerana, gerou intensa repercussĂ£o. A fala foi criticada por entidades e polĂ­ticos, resultando em uma denĂºncia ao Procurador-Geral da RepĂºblica (PGR), que poderĂ¡ levar Ă  abertura de aĂ§Ă£o penal contra o governador por possĂ­vel prĂ¡tica de racismo.

Durante o evento, que celebra tradições germĂ¢nicas, Jorginho afirmou que Pomerode, conhecida como “a cidade mais alemĂ£ do Brasil”, se destaca por sua beleza turĂ­stica, casas enxaimel e pela “cor da pele das pessoas”.

O comentĂ¡rio, amplamente divulgado em Ă¡udio pela assessoria de comunicaĂ§Ă£o do governo, foi interpretado como racista por opositores, incluindo o vereador Leonel CamasĂ£o (PSOL), de FlorianĂ³polis, que formalizou a denĂºncia.

O governador, em resposta nas redes sociais, negou as acusações, afirmando que racismo é crime e que sua fala foi distorcida.

Ele prometeu tomar medidas judiciais contra o vereador que fez a denĂºncia.

A assessoria de Jorginho nĂ£o se manifestou alĂ©m da nota oficial.

Pomerode e a Festa Pomerana

Com 34 mil habitantes, Pomerode fica no Vale do ItajaĂ­ e Ă© reconhecida por preservar a herança alemĂ£, com arquitetura enxaimel e eventos culturais.

A Festa Pomerana, que chega Ă  sua 40ª ediĂ§Ă£o, Ă© um marco turĂ­stico da regiĂ£o e atrai visitantes de todo o paĂ­s.

Desdobramentos legais e polĂ­ticos

A denĂºncia encaminhada ao Procurador-Geral da RepĂºblica pode resultar em uma aĂ§Ă£o penal contra o governador.

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CrĂ­ticos apontam que a declaraĂ§Ă£o reforça estereĂ³tipos raciais e ignora a diversidade cultural do estado. Aliados de Jorginho afirmam que as crĂ­ticas sĂ£o uma tentativa de desviar o foco do evento cultural.

A repercussĂ£o reforça o debate sobre o uso de expressões que podem perpetuar preconceitos, especialmente em discursos de figuras pĂºblicas, e traz Ă  tona a responsabilidade polĂ­tica e social na promoĂ§Ă£o da igualdade.

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Foto: Valter Campanato/AgĂªncia Brasil