Garantido e Caprichoso levam bandeiras da cultura e política à arena do festival
Os bumbás empolgaram as torcidas e deram início à disputa pelo título de campeão de 2025.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 28/06/2025 às 09:46 | Atualizado em: 28/06/2025 às 10:34
A primeira noite do 58º Festival Folclórico de Parintins, realizada nesta sexta-feira (27 de junho), foi marcada por apresentações impactantes dos bois Garantido e Caprichoso, que empolgaram as torcidas e deram início à disputa pelo título de campeão de 2025.
O boi Garantido foi o primeiro a entrar na arena, exaltando os povos originários e a diversidade étnica da Amazônia.

A apresentação destacou elementos visuais como a entrada do boi em uma serpente gigante, evolução da vaqueirada e a estreia de Jeveny Mendonça como porta-estandarte.

A cunhã-poranga Isabelle Nogueira surpreendeu o público ao se transformar em uma onça, encenando a lenda indígena Tapyra’yawara.

O boi vermelho e branco também prestou homenagem à advogada Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado na ditadura militar.
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Já perto da meia-noite, o boi Caprichoso iniciou sua apresentação com um forte apelo pela retomada das culturas ancestrais.

O boi azul surgiu do alto, acompanhado por seu apresentador Edmundo Oram e o levantador de toadas Patrick Araújo, que manteve a tradição de pisar descalço no bumbódromo.
A cunhã-poranga Marciele Albuquerque protagonizou um momento de impacto ao surgir sobre uma alegoria de mais de 30 metros e encarnar um gavião, evoluindo ao lado do pajé Erik Beltrão.

O Caprichoso levou à arena um manifesto pela demarcação da terra indígena tupinambá, com a participação de representantes dos povos originários e o uso simbólico do manto tupinambá do século 21.

Faixas com frases como “Nossa retomada é ancestral” marcaram o tom político da apresentação.
O festival de Parintins segue até domingo (29), com mais duas noites de espetáculo.
Fotos: Mauro Neto e Arthur Castro/Secom e Divulgação