TRF-1 suspende obra na BR-319 e reforça posição de Marina Silva

Decisão judicial anula licença do governo Bolsonaro e respalda defesa ambiental diante de pressões políticas na Amazônia.

BR-319: Justiça do Amazonas derruba licença do Ibama de Bolsonaro

Adrissia Pinheiro, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 04/07/2025 às 11:16 | Atualizado em: 04/07/2025 às 12:11

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) restabeleceu neste dia 2 de julho a suspensão da obra de pavimentação no chamado trecho do meio da BR-319, de pouco mais de 400 quilômetros em território do Amazonas.

Com isso, a Justiça ratificou decisão da juíza federal Maria Elisa Andrade, do Amazonas, que em 2024 anulou a licença prévia concedida por Bolsonaro em 2022, no ocaso do seu governo que nada fez pela rodovia em quatro anos, a não ser promessas vazias.

A medida do tribunal atende a uma ação do Observatório do Clima e conta com apoio do Ministério Público Federal.

Além disso, essa decisão representa um respaldo à posição da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atacada por políticos do Amazonas e bolsonaristas que nada cobravam pela BR durante o governo Bolsonaro.

Coincidentemente, a suspensão de qualquer obra na rodovia saiu no mesmo dia em que Marina enfrentou com firmeza ataques covardes de deputados em comissão da Câmara.

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Ponto para Marina

A ministra, que argumentou e respondeu aos seus algozes com dados confiáveis, é criticada por políticos locais e bolsonaristas por defender a necessidade de responsabilidade ambiental na execução da obra. Marina alerta para os riscos de aumento do desmatamento, invasões e impactos à biodiversidade no coração da Amazónia.

A maior parte do governo Lula, incluindo o próprio presidente, é favorável à pavimentação, vista como estratégica para a integração logística e social da região.

No entanto, a decisão judicial evidencia o embate interno entre o compromisso ambiental e pressões, sobretudo de defensores do agronegócio na Amazônia.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, e parlamentares da região defendem a obra, enquanto especialistas alertam para graves consequências ambientais.

A suspensão reafirma a importância de uma abordagem baseada em ciência e cautela no licenciamento ambiental, como tem defendido Marina Silva, mesmo diante de pressões políticas.

Leia na íntegra a matéria de Luís Felipe Azevedo, de O Globo.

Foto: divulgação/Dnit