Temer rejeita nome indicado por ministro para comandar PF

Publicado em: 08/11/2017 às 17:28 | Atualizado em: 08/11/2017 às 17:28

O presidente Michel Temer rejeitou, nesta quarta-feira (8), o nome apresentado pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, para diretor-geral da Polícia Federal (PF).

O nome da preferência de Jardim é Rogério Galloro, mas Temer o ignorou e anunciou o nome de Fernando Segóvia (foto) para substituir Leandro Daiello.

Galloro é o atual número 2 na hierarquia da PF.

Então, o Ministério da Justiça anunciou que Segóvia assumirá o posto.

Torquato Jardim é amigo de Michel Temer há mais de 30 anos. Mas, desta vez, Temer preferiu ouvir outros aliados, que conseguiram convencê-lo de que o melhor nome para o cargo era o de Segóvia.

Interlocutores que acompanharam as negociações afirmam que Segovia teve o apoio do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, do ex-deputado e ministro do TCU, Augusto Nardes e do ex-presidente e ex-senador José Sarney.

O ministro da Justiça, a quem a Polícia Federal está subordinada, disse, na semana passada, que o governo estadual do Rio de Janeiro não controla a Polícia Militar e que o comando da corporação está associado ao crime organizado.

As críticas, consideradas fortes e generalistas, desagradaram ao presidente, que pediu para o ministro cessar as declarações públicas sobre o assunto.

Depois desse episódio, Torquato Jardim perdeu força na indicação do novo diretor-geral da PF.

 

Aliado do PMDB

Reservadamente, delegados dizem que Segóvia é próximo do grupo político do ex-presidente e ex-senador José Sarney, aliado de Temer.

E que a escolha dele causou duas reações: surpresa e sensação de mudança brusca .

Segóvia é considerado o mais político dos delegados cotados à vaga.

Segundo delegados disseram reservadamente, ele representa a entrada de um novo grupo na cúpula da PF.

Esses delegados também afirmam que a troca no comando da PF era esperada após a votação da segunda denúncia contra Temer.

A nomeação de Fernando Segóvia deve ser publicada nos próximos dias no “Diário Oficial da União”.

De acordo com a revista Exame, Daiello (foto abaixo) – que é responsável pelas principais investigações de combate à corrupção – pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar, porque está cansado.

 

 

Federação apoia

Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) classificou Segóvia como “o que demonstrou mais condições de assumir” o comando da PF.

“A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) esclarece que embora seja contra a reserva de cargos de comando para delegados, entre os nomes cotados pelo Executivo, Segóvia é o que demonstrou mais condições de assumir os trabalhos do órgão nos próximos anos”, diz o texto da nota.

De acordo com a entidade, “Fernando Segóvia chegou a ser sondado para o cargo em setembro e conta com a aceitação de todas as entidades de classe que representam servidores da carreira, uma vez que novo diretor-geral já demonstrou interesse em ampliar o debate com os policiais federais”.

Fonte: G1

 

Fotos: Agências Brasil e Câmara