Supremo homologa delaĂ§Ă£o de LĂ©o Pinheiro que aponta ministros

Publicado em: 13/09/2019 Ă s 20:14 | Atualizado em: 13/09/2019 Ă s 20:14

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin homologou o acordo de delaĂ§Ă£o premiada firmado entre a Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR) e o ex-presidente da construtora OAS, LĂ©o Pinheiro (foto), no Ă¢mbito das investigações da operaĂ§Ă£o Lava Jato. As informações sĂ£o da AgĂªncia Brasil.

As acusações feitas pelo delator estĂ£o em segredo de Justiça, mas o relator Fachin arquivou cinco pontos da delaĂ§Ă£o que apontam como supostos envolvidos ministros de tribunais superiores, um deputado e um irmĂ£o do presidente do STF, Dias Toffoli, conforme publicaĂ§Ă£o do site O Antagonista.

ApĂ³s a homologaĂ§Ă£o, em janeiro deste ano, segundo a AgĂªncia Brasil, a defesa de Pinheiro pediu Ă  12ª Vara Federal em Curitiba que o ex-executivo deixe a prisĂ£o e passe a cumprir prisĂ£o domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrĂ´nica, conforme foi combinado no acordo.

Em funĂ§Ă£o das investigações da Lava Jato, Pinheiro estĂ¡ preso hĂ¡ 3 anos e 4 meses na carceragem da PolĂ­cia Federal (PF), em Curitiba.

De acordo com a AgĂªncia Brasil, o acordo de delaĂ§Ă£o levou pelo menos dois anos para ser fechado e foi encaminhado na Ăºltima semana pela procuradora-geral da RepĂºblica, Raquel Dodge, ao ministro Fachin, relator dos processos oriundos da Lava Jato no STF.

Em agosto de 2016, o entĂ£o procurador-geral da RepĂºblica Rodrigo Janot suspendeu as negociações com a defesa de Pinheiro apĂ³s o vazamento das informações sobre a delaĂ§Ă£o para uma revista.

 

Blindagem a ministros

O Antagonista apurou que, ao homologar a colaboraĂ§Ă£o premiada de LĂ©o Pinheiro, o ministro Edson Fachin arquivou os cinco anexos rejeitados por Raquel Dodge.

Os anexos mencionam Rodrigo Maia, Humberto Martins, JosĂ© MĂºcio e um irmĂ£o de Dias Toffoli.

Para que esses anexos sejam reabertos, serĂ¡ necessĂ¡rio o surgimento de novas provas.

A decisĂ£o de Dodge provocou a demissĂ£o coletiva de seis integrantes da Lava Jato na PGR – que agora foram convidados por Augusto Aras.

O Antagonista apurou que, dos mais de 100 anexos da delaĂ§Ă£o premiada de LĂ©o Pinheiro, a procuradora-geral Raquel Dodge determinou o arquivamento sumĂ¡rio de cinco deles – todos muito bem fundamentados.

AlĂ©m de Rodrigo Maia e do irmĂ£o de Dias Toffoli, teriam sido citados ministros do STJ e do TCU.

Em janeiro, a Folha publicou que um dos delatados pelo ex-presidente da OAS seria o ministro Humberto Martins, atual corregedor-geral do CNJ.

Ele teria recebido R$ 1 milhĂ£o, por meio do escritĂ³rio do filho Eduardo Martins.

No caso do TCU, um dos ministros citados seria JosĂ© MĂºcio, atual presidente da Corte. Em nota, ele negou qualquer benefĂ­cio.

E ressaltou que votou contra o interesse da OAS no processo que avaliava sua participaĂ§Ă£o nos leilões dos aeroportos do GaleĂ£o e de Confins.

 

DemissĂ£o coletiva

Na Ăºltima quarta-feira (11), seis procuradores do grupo de trabalho da Lava Jato apresentaram demissĂ£o coletiva por discordarem da decisĂ£o de Dodge sobre o arquivamento dessas acusações, antes da apreciaĂ§Ă£o do ministro Edson Fachin.

 

Foto: Justiça Federal/arquivo