SalĂ¡rio mĂnimo de R$ 1.518 vai sair em novo decreto de Lula
A medida traz impacto social e econĂ´mico, mas visa atender ao ajuste fiscal.

Publicado em: 26/12/2024 Ă s 18:53 | Atualizado em: 26/12/2024 Ă s 18:53
Nos prĂ³ximos dias, o presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva (PT) anunciarĂ¡ um decreto presidencial que oficializarĂ¡ a correĂ§Ă£o do salĂ¡rio mĂnimo. A partir de janeiro de 2025, o valor passarĂ¡ dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518, um acrĂ©scimo de R$ 106, representando um reajuste de 7,5%. Mais importante, o aumento supera a inflaĂ§Ă£o, garantindo um ganho real para os trabalhadores.
A mudança segue a nova fĂ³rmula de cĂ¡lculo, aprovada como parte de um pacote de corte de gastos. O reajuste leva em conta a inflaĂ§Ă£o acumulada atĂ© novembro, de 4,84%, e o crescimento do PIB de dois anos antes, que foi de 3,2%.
Contudo, um teto de 2,5% foi imposto, reduzindo o percentual do PIB considerado no cĂ¡lculo. Assim, o salĂ¡rio mĂnimo que, pelas regras anteriores, subiria para R$ 1.528, serĂ¡ arredondado para R$ 1.518, gerando uma diferença de R$ 10 mensais para cada beneficiado.
Embora pareça pequena, essa diferença tem grandes implicações fiscais. O governo estima economizar cerca de R$ 4 bilhões em 2025 devido Ă nova regra, jĂ¡ que cada R$ 1 de aumento no salĂ¡rio mĂnimo implica em R$ 392 milhões adicionais de despesa pĂºblica.
AtĂ© 2030, a economia acumulada alcançarĂ¡ R$ 110 bilhões, afetando diretamente aposentados, pensionistas e beneficiĂ¡rios de programas sociais como o BenefĂcio de PrestaĂ§Ă£o Continuada (BPC).
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O salĂ¡rio mĂnimo Ă© referĂªncia para 59,3 milhões de brasileiros, segundo o Dieese. AlĂ©m disso, seu impacto ultrapassa as famĂlias que o recebem diretamente, influenciando o consumo e o poder de compra em todo o paĂs.
Entretanto, a limitaĂ§Ă£o no aumento real pode gerar efeitos negativos no consumo e, consequentemente, no crescimento econĂ´mico, conforme aponta o Dieese.
A medida Ă© um exemplo claro do desafio de equilibrar polĂticas sociais e fiscais. Enquanto o governo visa garantir um reajuste que preserve o poder de compra, tambĂ©m busca conter despesas e atender Ă s exigĂªncias do ajuste fiscal. O decreto, a ser publicado atĂ© 31 de dezembro, serĂ¡ um marco nesse delicado equilĂbrio.
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Foto: Paulo Pinto/AgĂªncia Brasil