Roraima é ameaçado pela Venezuela de ficar sem energia elétrica

Publicado em: 23/08/2018 Ă s 22:14 | Atualizado em: 23/08/2018 Ă s 22:14
O estado de Roraima estĂ¡ ameaçado de ficar sem energia elĂ©trica pelo governo da Venezuela por falta de pagamento. O estado brasileiro Ă© o Ăºnico que nĂ£o Ă© interligado ao sistema elĂ©trico nacional e que depende em grande parte das importações vindas do paĂs vizinho.
O corte seria uma resposta Ă falta de pagamento de uma dĂvida, de ao menos US$ 33 milhões (R$ 136 milhões), que a EletrobrĂ¡s acumula com a estatal venezuelana.
O motivo do nĂ£o pagamento nĂ£o Ă© falta de recursos, mas sim um problema operacional, segundo a estatal. As informações sĂ£o do Brasil ao Minuto, citando a agĂªncia Folhapress.
Em junho deste ano, a EletrobrĂ¡s relatou que os bancos nacionais vinham encontrando dificuldade para processar a operaĂ§Ă£o.
O entrave estaria relacionado ao embargo dos Estados Unidos Ă Venezuela, que impede operações de bancos com o paĂs, restriĂ§Ă£o que afeta as instituições brasileiras indiretamente, pelo carĂ¡ter globalizado do sistema financeiro e pelo fato de os repasses serem pagos em dĂ³lar, informaram pessoas a par das negociações.
Desde 2001, o Brasil tem uma parceria com a Venezuela para o fornecimento de luz em Roraima, estado em que a energia importada representa entre 65% e 90% do total, a depender do consumo mensal.
O acordo tem prazo de 20 anos e, portanto, venceria em 2021.
Roraima nĂ£o corria risco
Em junho, quando as negociações jĂ¡ estavam em curso, a Eletronorte, subsidiĂ¡ria da EletrobrĂ¡s responsĂ¡vel pela transmissĂ£o de energia entre os paĂses, afirmou que nĂ£o havia risco de desabastecimento Ă populaĂ§Ă£o de Roraima, porque seria possĂvel recorrer a outras fontes – no caso, o uso de usinas termelĂ©tricas, de maior custo.
Ă€ Ă©poca, uma das propostas para viabilizar o pagamento era usar a dĂvida soberana que a Venezuela tem com o Brasil para abater o valor devido, ou seja, descontar os US$ 33 milhões que a EletrobrĂ¡s deve dos US$ 324 milhões (R$ 1,2 bilhĂ£o) que a Venezuela tem de pagar ao governo brasileiro.
Procurada na noite desta quinta-feira (3), a Eletronorte nĂ£o havia se manifestado sobre o andamento das negociações.
A reportagem nĂ£o conseguiu contato tambĂ©m com a EletrobrĂ¡s nem com o MinistĂ©rio de Minas e Energia.
O Itamaraty informou que acompanha o tema e tem feito gestões junto ao governo venezuelano.
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Foto: AgĂªncia Brasil