PT pede explicação de Moro, via CNJ, sobre sigilo da delação de Palocci

Publicado em: 04/10/2018 às 16:48 | Atualizado em: 04/10/2018 às 16:48
O Partido dos Trabalhadores (PT) ingressou com pedido no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que o juiz Sérgio Moro se manifeste sobre a quebra de sigilo de parte dos depoimentos de delação do ex-ministro Antonio Palocci.
Com informações da Agência Brasil, o corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, concedeu, nesta quinta-feira (4), prazo de 15 dias para que o juiz federal Sérgio Moro se manifeste a respeito
Após receber as informações, o ministro deve decidir a reclamação disciplinar, que foi protocolada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Visando a possibilitar uma melhor compreensão dos fatos, determino seja o representado notificado para prestar informações em 15 dias”, decidiu.
Na reclamação, o PT afirma que Moro “desvirtuou de seu dever de serenidade” ao tornar público o conteúdo da delação a seis dias do primeiro turno das eleições. Segundo o partido, o juiz inflamou a sociedade “a partir de documentos que não passaram pelo crivo do contraditório”.
A divulgação
Na segunda-feira (1º), Moro decidiu dar publicidade a alguns depoimentos por entender que não há risco às investigações da ação penal a que Palocci responde na Operação Lava Jato e que o fato possibilitaria o contraditório por parte da defesa de Lula.
Os depoimentos estavam em segredo de Justiça desde a homologação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Nos depoimentos, Palocci afirmou que as campanhas do PT em 2010 e 2014 custaram R$ 1,4 bilhão e teriam sido financiadas majoritariamente com recursos ilícitos.
O ex-ministro também disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do loteamento de cargos na Petrobrás para financiar as campanhas da legenda.
Para a defesa de Lula, Palocci mentiu para obter benefícios que vão, desde a redução de sua pena até a possibilidade de “perdão judicial” – e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias.
O PT sustenta que as delações são “mentirosas, sem credibilidade e negociadas em troca de benefícios penais e financeiros”.
Foto: Reprodução/Renova Mídia