Por ferir direitos de funcionários, banco é condenado a pagar R$ 275 milhões

Segundo o MPT, em apenas uma das agências do banco, 43% dos bancários declararam “ter pensado em dar fim à vida"

Publicado em: 20/07/2022 às 22:01 | Atualizado em: 20/07/2022 às 22:24

A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região decidiu manter condenação do Banco Santander em indenização de R$ 275 milhões.

Empregados denunciaram a empresa por danos morais coletivos, assédio moral, meta abusiva e adoecimento mental.

As ações civis precedentes à condenação foram ajuizadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2014 e 2017, após comprovação de que o banco não respeitava os direitos fundamentais dos bancários.

Conforme as investigações, o Santander estabelecia “metas extremamente elevadas, com aumentos constantes, sobrecarga e cobranças excessivas aos funcionários”.

Os bancários chegavam a ser ameaçados de demissão quando clientes faziam saques de aplicações.

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Segundo o MPT, em apenas uma das agências, 43% dos empregados declararam “ter pensado em dar fim à vida”.

Além disso, 100% dos funcionários se declararam “tristes, nervosos, tensos e preocupados”, 86% dormem mal, 86% assustam-se com facilidade e 43% têm tremores nas mãos.

A determinação judicial também obriga a empresa a não adotar metas abusivas, nem “permitir, tolerar ou praticar, por seus gestores e prepostos, práticas que configurem assédio moral”, como humilhações, xingamentos, ameaças de demissões, constrangimentos, coação, agressão ou perseguição.

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