Policiais falam em ‘bala, bomba e cacete’ contra esquerda no dia 7

Em grupos de mensagem, militares apoiadores de Bolsonaro ameaçam STF e esquerda em “nome da democracia e liberdade”

Publicado em: 06/09/2022 às 10:41 | Atualizado em: 06/09/2022 às 10:41

Policiais Militares de São Paulo e do Rio de Janeiro organizam-se para comparecer aos atos pró-Bolsonaro em 7 de Setembro, com mensagens de “luta pela liberdade e democracia” e também com ameaças contra a esquerda e ministros do STF.

Grupos de WhatsApp e Telegram monitorados pelo Poder360 mostram que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que fazem parte das forças de segurança estaduais não têm uma pauta fechada para as manifestações.

Enquanto uma parte fala em se vestir com as cores da bandeira nacional e manifestar-se pela democracia, outra parte ameaça “cacete, bala e bomba nesses esquerdas”.

Em um dos grupos, “Legião de Idealistas”, um dos usuários diz que o ministro do STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes está “apelando”. Fala sobre a decisão que proibiu peças publicitárias do Ministério do Turismo que citavam o governo federal sobre os 200 anos da Independência. “Setembro até morte vai ter, pode esperar”, escreveu o usuário em mensagem de 29 de agosto.

Outro apoiador, no grupo “Linha de Frente Rio”, diz acreditar que Bolsonaro “vai acabar com o Supremo” e, para isso, o presidente precisa do apoio dos policiais militares nas ruas. O ato no Rio de Janeiro se concentrará na orla da Praia de Copacabana, na Avenida Atlântica. “Esse para mim é o ponto fundamental, o STF é o câncer que corrói o Brasil”, finaliza.

Uma mensagem em tom alarmista foi compartilhada no grupo “Mike” por 6 vezes na última semana —o grupo tinha 230 usuários até 5 de setembro. O texto cita uma notícia falsa de que os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luis Roberto Barroso estariam trabalhando para impugnar a candidatura de Bolsonaro e Braga Netto, candidato a vice na chapa do atual chefe do Executivo. Fala em “revolta popular devastadora”.

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Foto: Isac Nóbrega/Planalto