Terroristas do DF: prisão deve ser mantida, diz PGR ao Supremo

Procuradoria-Geral da República entende que "não se pode desconsiderar o risco efetivo de reiteração dos atos criminosos e antidemocráticos".

Publicado em: 07/02/2023 às 19:03 | Atualizado em: 07/02/2023 às 19:05

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantenha prisões preventivas de denunciados por crimes graves nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

A PGR argumentou, entre outros pontos, que a soltura dos vândalos pode oferecer risco para as investigações e evitar até mesmo que sejam organizados novos ataques.

Segundo o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, “não se pode desconsiderar o risco efetivo de reiteração dos atos criminosos e antidemocráticos”.

Nas manifestações, obtidas pela TV Globo, Santos afirmou que há risco para destruição de provas.

“Em liberdade, os agentes relacionados poderão encobrir os ilícitos e alterar a verdade sobre os fatos, sobretudo mediante coação a testemunhas e outros agentes envolvidos e ocultação de dados e documentos que revelem suas ligações com terceiros. A constrição cautelar evitará a obstaculização da ampla apuração dos fatos e a destruição de provas”.

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Até agora, a PGR denunciou 653 pessoas ao STF por participação nos atos. Nem todos estão presos. São acusados de associação criminosa e de incitar a animosidade entre as Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais.

Boa parte dos policiais apoia os atos golpistas

Quatro em cada dez agentes de segurança pública concordam total ou parcialmente que a pauta defendida pelos invasores das sedes dos três Poderes é “legítima e não atenta contra a democracia”. O dado é de uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que consultou servidores das polícias civil, militar, científica e federal, de guardas municipais e do corpo de bombeiros de todo o País.

No enunciado feito aos policiais, a entidade perguntou se a depredação de prédios públicos promovida por extremistas é considerada condenável, mas com motivação legítima. A afirmação teve a adesão total de 19,4% dos entrevistados, e parcial de 20,5%.

A tese se assemelha à de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram dos atos de 8 de janeiro e condenaram o vandalismo, atribuindo os ataques a infiltrados.

Como mostrou o Estadão, policiais do Distrito Federal permitiram que manifestantes transitassem livremente pela Praça dos Três Poderes e chegaram a abandonar os postos para tomar água de coco. Vídeos captados pelas câmeras do Supremo Tribunal Federal (STF) mostram ainda que a Tropa de Choque desfez barreira no Congresso e facilitou a invasão à Corte.

Leia mais na matéria de Márcio Falcão, TV Globo, publicada no g1

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil