PF do Pará passa a investigar ex-ministro no caso da madeira ilegal

Ex-ministro do Meio Ambiente estava sendo investigado pela PF do Distrito Federal sobre supostos crimes como exportação ilegal de madeira e uso de documentos falsos

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Publicado em: 10/11/2021 às 19:57 | Atualizado em: 10/11/2021 às 19:57

A Polícia Federal (PF) transferiu para a superintendência do Pará o inquérito, antes conduzido no Distrito Federal, da operação Akuanduba – que tem, entre os alvos, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (foto). 

Com a mudança, o caso sai das mãos do delegado Franco Perazzoni, que conduziu desde o início as investigações sobre crimes como exportação ilegal de madeira e uso de documentos falsos. 

A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela TV Globo.

Em nota, a Polícia Federal informou que a troca de delegados aconteceu por conta da mudança de competência do inquérito na Justiça.

Operação e foro

A operação Akuanduba foi deflagrada pela superintendência da Polícia Federal no DF em maio, sob orientação do delegado Franco Perazzoni.

Na época, o inquérito teve de ser autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque Salles ainda era ministro e tinha foro privilegiado. 

Ricardo Salles, no entanto, foi exonerado do cargo de ministro do Meio Ambiente em maio – e perdeu o foro.

Relator do inquérito no STF, o ministro Alexandre de Moraes decidiu que as investigações deveriam passar à supervisão da Justiça Federal do Pará.

A TV Globo apurou que, mesmo com essa mudança na Justiça, a operação continuou sob responsabilidade do delegado Perazzoni.

O próprio superintendente da PF no Pará, Wellington Santiago, pediu que o caso fosse mantido com as equipes da capital federal.

É no Pará 

Em meados de outubro, no entanto, Santiago mudou de opinião e enviou novo documento à PF no Distrito Federal. Desta vez, para afirmar que a PF do Pará estava pronta para seguir com a investigação. 

Empossado no cargo naquele mesmo mês, o novo superintendente da corporação no DF, Victor César Carvalho dos Santos, aceitou o pedido e encaminhou o inquérito às equipes do Pará. 

Sob condição de sigilo, fontes afirmaram à TV Globo que a mudança de posicionamento de Wellington Santiago ocorreu depois que o superintendente da PF no Pará foi promovido. Agora, ele será adido da Polícia Federal na Colômbia.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil