Pela anistia do pai e impeachment de Moraes, E. Bolsonaro ameaça Congresso

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), podem se tornar alvos de sanções dos Estados Unidos. A fala ocorreu nesta sexta-feira (25), em entrevista à Revista Oeste.

A ameaça envolve os projetos de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e os pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Eduardo, se os dois não pautarem as matérias, podem enfrentar medidas como o cancelamento de vistos.

“O Davi Alcolumbre não está nesse estágio ainda, mas certamente ele já está aqui no foco do governo americano. Ele tem a possibilidade agora de não ser sancionado, de não acontecer nada com o visto dele, etc., se ele não der respaldo a esse regime. E também Hugo Mota, porque na Câmara dos Deputados tem a novidade da lei da anistia”, disse o deputado.

Eduardo alegou que vem transmitindo alertas sobre a postura dos parlamentares diante das propostas. Segundo ele, a não tramitação das matérias pode “deixar a coisa ruim”.

“Eu estou mandando várias mensagens, vários recados, não sou garoto de mensagens de ninguém, mas a minha percepção do que eu tenho olhado aqui, se o Brasil não conseguir pautar a anistia, pautar o impeachment do Alexandre Moraes, a coisa ficará ruim”, completou.

A declaração repercutiu no Congresso e foi tratada por parlamentares como uma tentativa de intimidação. Para a oposição, Eduardo escalou a crise e inviabilizou as propostas.

“Alguém acha que o presidente do Senado, o Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, vai colocar para votar com medo dessa ameaça? Seria desmoralização completa”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Então eu tenho a agradecer ao Eduardo Bolsonaro, porque esse projeto de anistia, depois disso que ele fez hoje, está arquivado. Não vai ser votado de forma alguma.”

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