Pedida cassaĂ§Ă£o do mandato de SĂ©rgio Moro Ă  Justiça eleitoral

MinistĂ©rio PĂºblico deu parecer favorĂ¡vel contra o ex-juiz por abuso econĂ´mico na campanha

Julgamento que pode cassar o mandato de Moro inicia nesta segunda-feira 1º

Publicado em: 15/12/2023 Ă s 12:53 | Atualizado em: 15/12/2023 Ă s 12:53

A Procuradoria Regional Eleitoral do ParanĂ¡ emitiu parecer favorĂ¡vel Ă  cassaĂ§Ă£o do mandato do senador Sergio Moro (UniĂ£o Brasil) e inelegibilidade do ex-juiz, nesta quinta-feira (14). O Ă³rgĂ£o entendeu que houve prĂ¡tica de abuso de poder econĂ´mico durante a prĂ©-campanha eleitoral de 2022.

A chapa de Moro foi acusada em duas Ações de InvestigaĂ§Ă£o Judicial Eleitoral (AIJEs) de caixa dois, utilizaĂ§Ă£o indevida de meios de comunicaĂ§Ă£o social, alĂ©m de abuso de poder econĂ´mico. As ações foram protocoladas pelo PL e pela FederaĂ§Ă£o Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV).

Moro prestou depoimento no Tribunal Regional Eleitoral do ParanĂ¡ no dia 7 de dezembro. No mesmo dia, o senador criticou as duas ações da qual Ă© alvo e afirmou que as acusações sĂ£o “levianas”.

No parecer publicado pela Procuradoria Regional Eleitoral do ParanĂ¡ nesta quinta-feira, os procuradores Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado descartaram as acusações de uso indevido de comunicaĂ§Ă£o social e de caixa dois.

No entanto, os procuradores entenderam que houve abuso de poder econĂ´mico devido ao gasto de pelo menos R$ 2 milhões durante a prĂ©-campanha, feito com investimentos conjuntos do Podemos e do UniĂ£o Brasil.

O relatĂ³rio aponta que o total gasto na prĂ©-campanha de Moro representa 110% da mĂ©dia dos investimentos realizados por todos os candidatos ao Senado no ParanĂ¡ durante a campanha eleitoral.

“Este contexto demonstra que os meios empregados para a realizaĂ§Ă£o de prĂ©-campanha e os valores despendidos nesta empreitada em prol dos investigados mostrou-se, de fato, desarrazoada, assumindo contornos de uso excessivo do poderio econĂ´mico.”

Os procuradores também analisaram o fato de que a pré-campanha de Moro, em um primeiro momento, estava voltada para a corrida presidencial.

O “downgrade” para o Senado nĂ£o Ă© considerada ilĂ­cito, segundo o documento. No entanto, os procuradores consideram a prĂ©-campanha “abusiva” pela grande visibilidade gerada pelo alto investimento para promoĂ§Ă£o pessoal, em detrimento dos concorrentes do ex-juiz.

“A projeĂ§Ă£o nacional de uma figura pĂºblica desempenha um papel crucial, mesmo em eleiĂ§Ă£o a nĂ­vel estadual, influenciando diversos aspectos do processo eleitoral”, escreveram.

“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no perĂ­odo que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parĂ¢metros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoĂ¡vel.”

Por fim, o parecer recomenda a inelegibilidade de Moro e do suplente LuĂ­s Felipe Cunha, que participou diretamente da prĂ©-campanha do ex-juiz em eventos e viagens. No caso do suplente Ricardo Guerra, o parecer foi somente pela cassaĂ§Ă£o da chapa completa.

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Foto: Edilson Rodrigues/AgĂªncia Senado