Padre que atuou em Manaus defende ordenação de mulheres na Amazônia

Publicado em: 03/10/2019 às 05:41 | Atualizado em: 03/10/2019 às 05:41
Paulo Suess, de 81 anos de idade, que atuou no baixo Amazonas e deu aulas de teologia em Manaus, na Pastoral da Terra e no Conselho Missionário Indigenista (Cimi), defende ideias para a Igreja Católica na Amazônia que o deram destaque de página nesta quinta-feira, dia 3, no jornal Folha de S.Paulo.
Em entrevista da cobertura do impresso sobre o Sínodo para a Amazônia, convocado pelo papa Francisco e que começa no próximo domingo, dia 6, Paulo Suess, alemão que atua no Brasil há 50 anos, propõe, por exemplo, a ordenação de mulheres.
“A igreja não pode menosprezar esse potencial das mulheres. Ordená-las como diaconisas é um passo possível, que depende dos bispos”, disse ele ao jornal, já sabendo de oposição à ideia dentro do evento papal.
“Em torno do sínodo, já se está fazendo um terror sobre heresia. Um setor da igreja está divulgando, mas não tem nada disso. Na época de Jesus, a sociedade era patriarcal. Nem ele conseguiria mudar isso. Leva tempo, mas precisa ser enfrentado”.
Outra ideia defendida por ele, que participará do sínodo, é quanto a incorporação, pela igreja, de elementos da religiosidade e da cultura indígena, inclusive as roupas.
“Esses povos têm seus ritos, como os de nascimento, adolescência e casamento. A igreja poderia assumir muitos elementos dos ritos dos indígenas para a celebração. Inclusive nas roupas. A vestimenta não precisa ser o colarinho romano, pode ser outro sinal distintivo que caracteriza o indígena como padre. Porém não vai acontecer de hoje para amanhã. É um longo processo”.
Nessa entrevista, padre Paulo Suess fala de queimadas, cacique Raoni, de Bolsonaro e da defesa de uma igreja com rosto indígena.
Leia a entrevista completa acessando esse link.
Foto: Reprodução/Facebook