Ouro e diamantes de Cabral são resgatados na Suíça, após delação 

Os 4,5 quilos de ouro e as pedras de diamantes do ex-governador Sérgio Cabral já estão no domínio das autoridades brasileiras, na Suíça.

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Publicado em: 06/03/2020 às 16:59 | Atualizado em: 06/03/2020 às 16:59

Uma carga de ouro e diamantes foi repatriada, nesta sexta-feira (6), da Suíça para o Brasil. Graças à atuação do Ministério Público Federal (MPF) foi possível resgatar a fortuna do ex-governador Sérgio Cabral. 

Segundo o MPF, o trâmite demorou três anos. Nesse período, o dono da fortuna recebia condenações que já somam quase 300 anos. 

O patrimônio de Sérgio Cabral (foto), nesta demanda, é de 4,5 kg de ouro e 27 pedras de diamantes. As informações são da Agência Brasil.

Para o MPF, as peças estão avaliadas em R$ 20 milhões. De acordo com as investigações, a fortuna foi adquirida com dinheiro de propina. 

A descoberta do tesouro se deu a partir de delação premiada.  

A existência do ouro e dos diamantes foi revelada pelos irmãos e doleiros Marcelo e Renato Chebar. E por consequência, a delação foi fechada com a Lava Jato do Rio de Janeiro.

Os irmãos eram operadores do esquema de Cabral.

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Outra fortuna milionária 

Outros US$ 100 milhões, cuja existência no exterior também fora revelada pelos irmãos Chebar, já haviam sido repatriados. Isso aconteceu desde o início de 2017.

Entretanto, trazer o ouro e os diamantes da Europa para o Brasil revelou-se mais complicado. Ou seja, foi mais difícil devido a exigências de contratação de transportadoras e seguros especializados. 

Somente na última terça-feira (3), três anos depois, procuradores do MPF embarcaram para Genebra para buscar o ouro e os diamantes. Portanto, a fortuna deve agora ficar num cofre bancário à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro. 

 

Condenações

Desde que foi preso, em novembro de 2016, Cabral acumula 13 condenações penais, a maioria no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro. Todas somadas, superam os 280 anos.  

Cabral responde ainda a mais de 30 processos criminais ligados a casos de corrupção durante o seu governo (2007 a 2014).  

Em fevereiro, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo de delação premiada negociado pelo ex-governador junto à Polícia Federal (PF). No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu.

Para a PGR, a colaboração não pode ser aceita, pois Cabral continua a ocultar bens provenientes de casos de corrupção. 

 

Foto: Justiça Federal/PGR/arquivo