CrĂ­ticas e ofensa ao Supremo e a ministros custam caro a procuradora

Publicado em: 12/03/2019 Ă s 18:24 | Atualizado em: 12/03/2019 Ă s 18:24

O Conselho Nacional do MinistĂ©rio PĂºblico (CNMP) decidiu, nesta terça-feira (12), por maioria de votos, aplicar duas penas de censura pĂºblica Ă  procuradora do MinistĂ©rio PĂºblico de Minas Gerais, Camila FĂ¡tima Teixeira, por ofensas publicadas no Twitter contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Que venha a intervenĂ§Ă£o militar e exploda o STF e o Congresso de vez”, Ă© uma das postagens de Camila Teixeira. As informações sĂ£o da AgĂªncia Brasil.

A pena de censura consiste na crĂ­tica pĂºblica feita por um Ă³rgĂ£o sobre a conduta de um servidor pĂºblico.

A puniĂ§Ă£o pode atrasar promoções e benefĂ­cios na carreira.

Na decisĂ£o, ao julgar o processo administrativo aberto contra a procuradora, os conselheiros entenderam que Camila descumpriu deveres funcionais previstos na Lei OrgĂ¢nica do MinistĂ©rio PĂºblico, como instigar a desordem pĂºblica e usar palavras chulas para ofender a honra de integrantes do STF.

Nas mensagens publicadas no ano passado, a procuradora usou as expressões “Que venha a intervenĂ§Ă£o militar e exploda o STF e o Congresso de vez” e “Generais, saiam do Twitter e posicionem seus homens no entorno do STF, atĂ© que Gilmar Mendes, Lewandowski entreguem suas togas.”

Cabe recurso da decisĂ£o.

Caso a penalidade seja mantida, a censura pĂºblica deverĂ¡ ser aplicada pessoalmente pelo procurador-geral de Justiça, durante sessĂ£o pĂºblica do Conselho Superior do MP.

No processo disciplinar, a procuradora admitiu que se excedeu, pediu desculpas a quem tenha se sentido ofendido com as postagens e sustentou que nĂ£o houve infraĂ§Ă£o disciplinar.

Segundo a defesa, a ConstituiĂ§Ă£o garante liberdade de expressĂ£o, e os membros do MP nĂ£o perdem sua cidadania ao assumir os cargos.

 

Foto: Sérgio Almeida/CNMP