Novo ignora STF e impõe projeto por prisĂ£o em segunda instĂ¢ncia

Publicado em: 29/11/2019 Ă s 20:51 | Atualizado em: 29/11/2019 Ă s 20:51
O partido Novo ainda nĂ£o se conformou com a decisĂ£o do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, dia 7 de novembro deste ano, extinguir a prisĂ£o por condenaĂ§Ă£o em segunda instĂ¢ncia. A legenda apresentou projeto de lei para modificar o CĂ³digo de Processo Penal (CPP) para fazer valer a prisĂ£o em segundo grau como acontece no resto do mundo.
Na quinta-feira (28), segundo informações do Congresso em Foco, o partido se reuniu em BrasĂlia para discutir o tema e desferiu crĂticas contundentes ao Supremo por excesso de poder, decisões por conveniĂªncia e julgamentos polĂticos, e cita como causa a soltura do ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva em 8 de novembro.
“Gilmar Mendes vota conforme a conveniĂªncia. Mudou sua posiĂ§Ă£o sobre o assunto. Em 2016, decidiu de uma forma e depois, em 2019, de outra. Primeiro, ele decide, depois vai atrĂ¡s dos argumentos. NĂ£o podemos permitir esse tipo de arbitrariedade”, desferiu o deputado Gilson Marques (Novo-SC).
Membro da ComissĂ£o de ConstituiĂ§Ă£o e Justiça (CCJ) na CĂ¢mara, o deputado (foto) Ă© autor do projeto de lei que altera o artigo 283 (do CĂ³digo de Processo Penal) para que possa ocorrer a prisĂ£o em segunda instĂ¢ncia. Ele protocolou a proposta no dia seguinte Ă soltura de Lula, no inĂcio de novembro.
“O STF faz julgamentos polĂticos. Para corrigir essa situaĂ§Ă£o do momento, temos agora de cumprir nosso papel de legislar e sobre temas importantes. Absurdo a gente ver que, somente este ano, foram protocolados 6 mil projetos de lei na CĂ¢mara e que a maioria trata de coisas idiotas!”, criticou Marques, de acordo com a reportagem do Congresso em Foco.
Gilson Marques defende a mudança urgente na legislaĂ§Ă£o para que Lula volte a ser preso.
“A ConstituiĂ§Ă£o nĂ£o pode ser imutĂ¡vel. NĂ£o podemos ser governados pelos mortos. Mas, sim, governados pelos vivos. Essa situaĂ§Ă£o lembra um livro que me disse muito: A ConstituiĂ§Ă£o contra o Brasil, de Roberto Campos”, reforçou.
Por isso, Marques afirmou que nĂ£o aceita a tese jurĂdica de nĂ£o se pode alterar a situaĂ§Ă£o porque Ă© clĂ¡usula pĂ©trea.
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Foto: ReproduĂ§Ă£o/TV CĂ¢mara