Novo programa social supera Bolsa FamĂlia em R$ 30 bilhões, diz relator
O modelo, batizado de Renda CidadĂ£, serĂ¡ incluĂdo na Proposta de Emenda Ă ConstituiĂ§Ă£o (PEC) do pacto federativo no Senado, que serĂ¡ incorporada Ă PEC Emergencial

Publicado em: 28/09/2020 Ă s 11:18 | Atualizado em: 28/09/2020 Ă s 11:18
O programa de renda mĂnima do governo Jair Bolsonaro terĂ¡ pelo menos R$ 30 bilhões a mais do que o Bolsa FamĂlia, afirmou o senador Marcio Bittar (MDB-AC) ao EstadĂ£o/Broadcast.
O modelo, batizado de Renda CidadĂ£, serĂ¡ incluĂdo na Proposta de Emenda Ă ConstituiĂ§Ă£o (PEC) do pacto federativo no Senado, que serĂ¡ incorporada Ă PEC Emergencial.
O presidente Jair Bolsonaro recebe nesta segunda-feira (28), lideranças da base governista no PalĂ¡cio da Alvorada para debater a renda mĂnima e a reforma tributĂ¡ria.
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ApĂ³s o encontro, o formato do programa deve ser anunciado.
O Bolsa FamĂlia atende atualmente a 14,28 milhões de famĂlias no Brasil.
O Orçamento para 2021 estĂ¡ previsto em R$ 34,9 bilhões.
Ou seja, com a reformulaĂ§Ă£o, o valor gasto pela UniĂ£o pode passar dos R$ 60 bilhões no prĂ³ximo ano. Bittar Ă© relator da PEC do Senado e tambĂ©m do Orçamento de 2021 no Congresso.
“A proposta que foi desenhado traria pelo menos R$ 30 bilhões a mais”, disse o senador Ă reportagem.
Segundo ele, o valor do benefĂcio deve ser definido depois pelo Executivo.
Bittar disse que a melhor soluĂ§Ă£o para bancar o novo programa Ă© “remanejar”, mas nĂ£o detalhou quais programas ou ações serĂ£o cortados.
Disse apenas que nĂ£o estĂ£o incluĂdas mudanças no abono salarial (benefĂcio de atĂ© um salĂ¡rio mĂnimo pago a quem ganha atĂ© dois pisos) e nĂ£o haverĂ¡ desindexaĂ§Ă£o dos gastos (ou seja, a obrigatoriedade de dar reajustes a aposentadorias e pensões, por exemplo).
Bolsonaro afirmou que medidas como o congelamento dos benefĂcios previdenciĂ¡rios eram “devaneios” e que ele nĂ£o permitiria retirar dos “pobres para dar aos paupĂ©rrimos”.
Disse ainda que mostraria um “cartĂ£o vermelho” a quem lhe apresentasse essa proposta. De acordo com Bittar, a fonte para financiar o novo programa deve ser anunciada ainda nesta segunda.
Segundo o senador, o programa vai sair do papel sem furar o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas pĂºblicas, afirmou o senador.
Nas Ăºltimas semanas, Bolsonaro enterrou propostas da equipe econĂ´mica para bancar a renda mĂnima, afirmando que nĂ£o tiraria dos “pobres para dar aos paupĂ©rrimos”.
“ApĂ³s o vai e vem, a soluĂ§Ă£o de fato melhor Ă© encontrar e remanejar dentro do Orçamento. Claro que nunca vai agradar todo mundo. Tirar dinheiro nunca agrada todo mundo”, afirmou o parlamentar.
Com um orçamento maior, o governo quer emplacar a revisĂ£o do Bolsa FamĂlia incluindo na nova roupagem os chamados “invisĂveis”, que nĂ£o recebiam anteriormente e ficarĂ£o sem o auxĂlio emergencial pago a durante a pandemia de covid-19.
“NĂ£o podemos fazer a virada do ano com esses milhões de brasileiros na incerteza. É preciso que essas pessoas durmam no fim do ano sabendo que alguma coisa terĂ¡ para elas se alimentarem”, disse Bittar.
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Foto: divulgaĂ§Ă£o