“Não cometi crimes, mas fiz uma lambança”, diz ex-procurador federal

Publicado em: 29/11/2017 às 15:24 | Atualizado em: 29/11/2017 às 15:33
O ex-procurador da República, Marcello Miller, disse que não cometeu crimes, mas fez “uma lambança” ao orientar o acordo de leniência do grupo J&F antes de deixar o cargo de procurador federal.
“Eu cometi um erro brutal de avaliação. Não cometi crimes, mas fiz uma lambança. E é por isso que eu estou aqui. Ao refletir sobre a situação, avaliei que não haveria crime nem ilícito, mas não me atentei para as interpretações que isso poderia suscitar”, disse, ao prestar depoimento nesta quarta (29), no Congresso, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS.
O ex-procurador acrescentou que estava disponível aos executivos da J&F “às vezes” e afirmou que nunca advogou, recebeu remuneração ou prestou consultoria jurídica para o grupo.
Marcello Miller, que trabalhava com o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, até março deste ano, pouco antes do fechamento de acordo de colaboração premiada firmada pela procuradoria com a JBS, admitiu que antes de deixar o cargo no Ministério Público “estava ajudando a empresa a se limpar”.
Miller admitiu ainda que recebeu R$ 1,6 milhão do escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe, que prestava serviços para a JBS, depois de ter deixado o Ministério Público. O escritório tinha sido contratado para tratar do acordo de leniência da JBS, mas acabou deixando a defesa da empresa.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados