MPF recorre contra decisão que mandou soltar Temer e mais sete

Publicado em: 25/03/2019 às 18:10 | Atualizado em: 25/03/2019 às 18:10

Integrantes da operação Lava Jato decidiram confrontar a decisão do desembargador Ivan Athié, que mandou soltar o ex-presidente Michel Temer e demais membros da quadrilha que propinou cerca de R$ 1,8 bilhão.

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou que vai recorrer da decisão que concedeu a liberdade às pessoas presas na Operação Descontaminação. As informações são da Agência Brasil.

Os habeas corpus (HCs) foram acolhidos, nesta segunda-feira (25), pelo desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

“O Ministério Público Federal vai recorrer contra a decisão liminar do desembargador do TRF-2. A expectativa é recorrer para que os HCs sejam julgados pela 1ª Turma, se possível na sessão da própria quarta-feira (27), mas a decisão de quando pautar os HCs cabe ao presidente da turma”, informou em nota o MPF.

Em nota, procuradores da força-tarefa da Lava Jato disseram que recebem “com serenidade a decisão de revogação da prisão dos investigados. Reafirma que as razões para a prisão preventiva são robustas e consistentes, mas respeita a decisão liminar monocrática do relator. O MPF analisará as medidas judiciais que poderão ser tomadas”.

 

Prisão

Temer e Moreira foram presos preventivamente na última quinta-feira (21), juntamente com João Baptista Lima Filho (Coronel Lima), Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale e Carlos Alberto Montenegro Gallo.

Também foram presos, provisoriamente, no mesmo dia, Rodrigo Castro Alves Neves e Carlos Jorge Zimmermann, que ganharam HCs ainda no final de semana.

De acordo com o MPF, na Operação Radioatividade foi identificada a organização criminosa que atuou na construção da usina nuclear de Angra 3, praticando crimes de cartel, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e fraudes à licitação.

Na investigação são apurados crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.

Segundo os procuradores federais, o grupo seria chefiado por Temer e teria movimentado cerca de R$ 1,8 bilhão nos últimos 40 anos.

As defesas dos acusados negam qualquer ligação com os crimes.

 

Foto: Beto Barata/ABr