Deputado pede punição a militares que enterram R$ 1 bi no rio Solimões
Projeto Amazônia Conectada previa implantar internet por fibra ótica de Manaus a Tabatinga, mas não deu certo até agora, desde que foi lançado em 2015

Da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 21/07/2020 às 06:20 | Atualizado em: 21/07/2020 às 08:01
Em artigo publicado pelo site Congresso em Foco na noite desta segunda-feira, dia 20, o deputado federal Marcelo Ramos (PL) pediu punição para os responsáveis pelo Amazônia Conectada.
O projeto de R$ 1 bilhão, lançado em 2015 e sob o comando do Exército, se proponha levar fibra ótica de Manaus a Tabatinga e interligar, ao fim do projeto, todos os municípios da região à rede mundial de computadores.
“O resultado óbvio foi que, passados mais de 5 anos, já foram enterrados 39,2 milhões de reais e a internet não chegou em nenhum município do Amazonas”, escreve o parlamentar.
Para Marcelo Ramos, o Amazônia Conectada foi uma aventura técnica e operacional, imperícia e teimosia do Exército.
Isso porque, diz o artigo, o projeto escolheu fazer o cabeamento pelo leito do rio Solimões, contra alertas técnicos feitos na ocasião.
“Desde as audiências públicas, técnicos da área alertavam para a inviabilidade do modelo escolhido, sustentando que o leito do Rio Solimões é um leito em formação e que as dificuldades de lançamento, instalação e principalmente manutenção do cabo de fibra ótica seriam enormes e inviabilizariam o projeto”.
Acrescenta Marcelo:
“A despeito de todos os alertas, o Exército Brasileiro insistiu no modelo, sustentando a conformidade dos testes de conceito realizados. Acontece, que os testes de conceito para lançamento do cabo no leito do Rio Solimões foram feitos no leito do Rio Negro e ambos têm características absolutamente diversas”, disse.
Ao fim do texto, o parlamentar informa que o TCU detectou sérios problemas no Amazônia Conectada e conclui.
“É hora também de responsabilizar aqueles que enterraram milhões de reais no Rio Solimões sem entregar até aqui internet em uma cidade sequer”.
Detalhe é que esse mesmo projeto, que não deu certo no Amazonas, está sendo realizado em outras regiões da Amazônia sob o nome de Programa Amazônia Integrada Sustentável.
Foto: Divulgação/Ifam