Maia diz que boicotou projetos do governo para votação na Câmara

Maia disse que o governo está "desesperado" para eleger um aliado para a presidência da Câmara e avançar pautas de costumes e "desorganizar" a agenda do meio ambiente.

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Publicado em: 09/12/2020 às 21:47 | Atualizado em: 09/12/2020 às 21:47

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, nesta quarta-feira (9), que não pautou projetos de costumes do governo por não concordar com eles. De acordo com Maia, tais projetos dividem a sociedade e “atropelam” as minorias. 

O deputado disse, entretanto, que o governo está “desesperado” para eleger um aliado para a presidência da Casa. O objetivo, conforme Maia, seria avançar pautas de costumes e “desorganizar” a agenda do meio ambiente. 

Por outro lado, o líder do PP e do “centrão” na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), lançou candidatura oficial ao cargo nesta quarta. Ele tem, portanto, o apoio do Palácio do Planalto.

No outro campo, entretanto, está o grupo aliado de Maia, que ainda não definiu candidato. Há, ao menos,  cinco nomes cotados. 

“O governo está desesperado para tomar conta da presidência da Câmara dos Deputados. O governo está desesperado para desorganizar de uma vez por todas a agenda do meio ambiente neste país”, declarou. 

De acordo com o presidente da Câmara, “o governo está, de uma vez por todas, interessado em flexibilizar a venda e a entrega de armas neste país”. 

Disse também que há “outras agendas que desrespeitam a sociedade brasileira e as minorias”. “Infelizmente, pouca prioridade naquilo que é fundamental”, asseverou.

 

Boicote 

Maia disse que, uma vez à frente da Câmara, não pautou nenhum projeto de costumes por não concordar com seu conteúdo.

“Cada um vai defender um caminho. Hoje, eu vi na imprensa que o candidato do Bolsonaro defende votação dos projetos de costumes. Eu discordo, tanto discordo que não pautei e tenho certeza que o meu candidato terá um compromisso muito maior no campo da agenda econômica do que no enfrentamento de uma pauta de dividir a sociedade e de atropelar as minorias. Cada um tem um caminho. O caminho do governo, certamente, será esse”, disse. 

A eleição para a escolha de quem irá presidir a Câmara no próximo biênio está marcada para o início de fevereiro. No entanto, os partidos já vêm se articulando nos bastidores.

No domingo (6), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou placar de 6 votos a 5 para barrar a reeleição de Rodrigo Maia. 

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Foto: Agência Brasil