Corte de gastos: militares mostram disposiĂ§Ă£o de colaborar com Lula

Militares aceitam mudanças pontuais, mas cobram cortes em outros setores.

Publicado em: 12/11/2024 Ă s 10:18 | Atualizado em: 12/11/2024 Ă s 10:18

O presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva (PT) decidiu incluir o MinistĂ©rio da Defesa nas medidas para zerar o dĂ©ficit pĂºblico em 2024, buscando ajustes no sistema de previdĂªncia dos militares. A proposta enfrenta resistĂªncia da categoria, que aceita apenas mudanças pontuais e cobra alterações em outros sistemas, como o do JudiciĂ¡rio, que possui altos salĂ¡rios e aposentadorias.

As discussões ocorrem em meio ao esforço do governo para reforçar o equilĂ­brio fiscal e reduzir os gastos com o Sistema de ProteĂ§Ă£o Social dos Militares, que, segundo o Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU), gera um custo elevado para o paĂ­s.

Os militares aceitam algumas mudanças pontuais, mas resistem a alterações mais profundas no seu sistema previdenciĂ¡rio, e cobram que o governo tambĂ©m olhe para outros setores que, segundo eles, possuem muitos benefĂ­cios.

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Citam, por exemplo, o JudiciĂ¡rio, que tem um sistema com supersalĂ¡rios e aposentadorias elevadas. Segundo militares, “nĂ£o Ă© justo que apenas eles contribuam com mais cortes na PrevidĂªncia”.

Entre as possĂ­veis mudanças estĂ£o a reduĂ§Ă£o de indenizações concedidas a militares na passagem para a reserva e o fim da pensĂ£o para filhas solteiras, mantida para quem ingressou nas Forças Armadas atĂ© 2000.

Outro ponto discutido Ă© a pensĂ£o por morte ficta, concedida a esposas de militares expulsos por irregularidades.

RelatĂ³rio do Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU) aponta que os militares arrecadam cerca de R$ 9,1 bilhões para o sistema de proteĂ§Ă£o social, enquanto o gasto atinge R$ 58,8 bilhões, recomendando mudanças no sistema previdenciĂ¡rio das Forças Armadas.

O ministro da Defesa, JosĂ© MĂºcio, se reunirĂ¡ com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir as alterações no sistema, que fazem parte do plano maior do governo para preservar o equilĂ­brio fiscal.

Em 2019, o Sistema de ProteĂ§Ă£o Social dos Militares das Forças Armadas sofreu uma reforma, que reestruturou a carreira, aumentou o tempo de serviço e a alĂ­quota de contribuiĂ§Ă£o.

Na reforma feita no governo Bolsonaro, alguns benefĂ­cios foram mantidos ou atĂ© melhorados. Entre eles, a indenizaĂ§Ă£o quando o militar passa para a reserva.

A reforma de 2019 elevou de quatro para oito os vencimentos que os militares recebem na hora da aposentadoria.

Os militares lembram que eles nĂ£o se aposentam, mas passam para a reserva remunerada. Essa indenizaĂ§Ă£o pode voltar a quatro vencimentos ou reduzida.

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Foto: AgĂªncia Brasil