Lula acena com retaliação aprovada com apoio agro bolsonarista

Lula acena com lei aprovada com apoio do agro bolsonarista para reagir ao tarifaço de Trump.

Publicado em: 10/07/2025 às 20:55 | Atualizado em: 10/07/2025 às 20:56

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que utilizará a Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada por ele em abril, como resposta ao tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos. A lei foi aprovada pelo Congresso Nacional com apoio tanto da base governista quanto de setores ligados à oposição, especialmente do agronegócio, tradicionalmente alinhado ao bolsonarismo.

A proposta teve como relatora a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura no governo Jair Bolsonaro (PL) e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária.

A presença da senadora e o apoio de parlamentares do setor consolidaram uma rara convergência política entre o PT e o agro, em torno da defesa da soberania econômica do país.

“Este episódio entre Estados Unidos e Brasil deve nos ensinar definitivamente que, nas horas mais importantes, não existe um Brasil de esquerda ou de direita, existe apenas o povo brasileiro”, afirmou Lula, ao defender a união nacional em momentos de conflito internacional.

Durante a tramitação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), fez um apelo por consenso entre governo e oposição.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT), ressaltou que o projeto foi aprovado por representar um instrumento legítimo de defesa do Brasil diante de práticas comerciais abusivas.

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Apesar do apoio de grande parte do Congresso, o PL tentou obstruir a votação, exigindo a apreciação do projeto de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ainda assim, a proposta avançou.

A lei prevê retaliações comerciais, como tarifas sobre bens ou serviços de países que adotem medidas discriminatórias contra o Brasil, além de suspensões de concessões e obrigações sobre propriedade intelectual. Em situações excepcionais, o governo pode adotar contramedidas imediatas, sem necessidade de consulta prévia.

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

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