Igreja Universal é acusada de orquestrar mais de 100 ações judiciais contra jornalista
Segundo o MPF, as ações foram uma reação a um tuíte publicado por João Paulo Cuenca em 2020

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 08/02/2025 às 15:14 | Atualizado em: 08/02/2025 às 15:14
O Ministério Público Federal (MPF) do Rio moveu ação civil pública contra a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) por assédio judicial. A denúncia envolve mais de 100 ações idênticas movidas por pastores contra o jornalista João Paulo Cuenca.
Segundo o MPF, as ações foram uma reação a um tuíte publicado por Cuenca em 2020, que criticava a destinação de verbas públicas para igrejas evangélicas. Os procuradores afirmam que a estratégia buscou silenciar o jornalista e violar a liberdade de imprensa.
A ação pede indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos, além de reconhecer a responsabilidade civil da Iurd. O valor deve financiar projetos de proteção a jornalistas.
O MPF destacou que as petições iniciais eram padronizadas, indicando orquestração pela Iurd. A instituição alega que as ações partiram de iniciativas individuais dos pastores.
O caso lembra o assédio judicial sofrido pela jornalista Elvira Lobato em 2007, após publicar reportagens sobre os negócios da Iurd. Ela enfrentou 111 ações, que causaram desgaste emocional e financeiro.
Os procuradores afirmam que o objetivo das ações é intimidar e silenciar críticas, usando o Judiciário de forma abusiva. O MPF aguarda posicionamento da Iurd sobre o caso.
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Foto: divulgação