Gleisi diz que combate à corrupção nunca foi meta para Bolsonaro
Declaração da presidente do PT foi após revelação de investigação sobre saques feitos com cartões corporativos da Presidência e de quartéis

Publicado em: 20/01/2023 às 23:09 | Atualizado em: 20/01/2023 às 23:21
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para se manifestar sobre o suposto caso de caixa 2 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelado pelo colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
“Caixa 2 de Bolsonaro é gravíssimo! Genocida nunca quis combater corrupção, acusou os outros do que ele próprio é e faz”, escreveu Gleisi.
Conforme investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, movimentações suspeitas foram operadas pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Bolsonaro até o fim do governo.
Para Hoffmann, o ex-presidente “usou o Estado em benefício próprio, como se fosse o quintal de casa”.
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Dessa forma, as descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
Entre os achados dos policiais escalados para trabalhar com Moraes estão pagamentos, com dinheiro do tal caixa informal gerenciado pelo tenente-coronel, de faturas de um cartão de crédito emitido em nome de uma amiga de Michelle Bolsonaro que era usado para custear despesas da ex-primeira-dama.
De acordo com as primeiras análises, Cid centralizava recursos que eram sacados de cartões corporativos do governo ao mesmo tempo que tinha a incumbência de cuidar do pagamento, também com dinheiro vivo, de diversas despesas do clã presidencial, incluindo contas pessoais de familiares da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Durante a investigação, os policiais se depararam com um modus operandi que lembrava em muito aquele adotado pelo clã bem antes da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e que, anos depois, seria esquadrinhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das rachadinhas do hoje senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente.
Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie. Pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações.
Portanto, as semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: “rachadinha palaciana”.
Segundo a publicação, a certa altura do trabalho, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro.
No entanto, os detalhes das transações ainda estão sob absoluto sigilo.
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Foto: Reprodução