Filme sobre sequestro da filha de Moro deixa roteirista `apavorado`

Publicado em: 06/09/2019 às 17:44 | Atualizado em: 06/09/2019 às 17:44

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar se o roteirista Alexandre Barata Lydia, de 55, praticou ameaça e apologia ao crime com seu filme Operação Lula Livre. Ele teme ser preso. O pedido foi feito pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. O enredo é o sequestro da filha de Moro em troca da liberdade do ex-presidente.

“Só porque ele (Moro) ficou com raivinha por achar que estava sendo ameaçado”, reagiu o cineasta.

Segundo reportagem da revista Veja, o roteirista estava acostumado a produzir curtas-metragens que não passavam de algumas centenas de visualizações no YouTube.

Mas o cenário mudou quando ele decidiu se aventurar pelo campo político, segundo Veja.

Ainda de acordo com a revista eletrônica, Barata (foto) afirma que o filme de 15 minutos estava há duas semanas no YouTube antes de viralizar em redes sociais na quarta-feira 4 e atingir quase 100 mil visualizações.

O curta-metragem conta a história de um casal de guerrilheiros que sequestra a filha do ministro “Célio Mauro” para exigir a liberdade do ex-presidente “Luiz Jararaca da Silva”.

O ministro Sergio Moro tem um casal de filhos adolescentes.

O cativeiro retratado no curta-metragem tem bandeiras a favor da libertação do verdadeiro Lula, preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, e cartazes contra o presidente Jair Bolsonaro.

No filme, os guerrilheiros resolvem libertar a refém após ouvirem um apelo do ex-presidente.

Antes, a dupla escreve na testa da garota a expressão “Lula Livre”, em ato inspirado nos caçadores de nazistas do filme Bastardos Inglórios (2009), do diretor Quentin Tarantino.

 

 

Censura e deboche

O roteirista afirma que é vítima de um processo de censura e teme o desfecho da investigação conduzida pela PF.

“Não duvido que o Moro pode me prender. Se ele fez isso com o Lula, que, na minha opinião, não cometeu crime e nem tem culpa de nada, o que ele pode fazer com um zé ninguém como eu? Só porque ele ficou com raivinha por achar que estava sendo ameaçado, o que não está”. “É um absurdo quererem forçar uma barra dizendo que o filme é uma apologia à violência”, enfatizou ele, que votou em Fernando Haddad nos dois turnos da eleição presidencial em 2018, e afirma que não é filiado ao PT.

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Fotos: Divulgação