Ex-general do CMA diz que encontro a sós foi só para Bolsonaro desabafar

Militar afirmou ao STF que ex-presidente apenas reclamou da eleição e negou plano golpista.

Publicado em: 29/07/2025 às 09:27 | Atualizado em: 29/07/2025 às 09:28

Réu por envolvimento na trama golpista que previa até o assassinato de Lula, Geral Alckmin e Alexandre de Moraes, o ex-general do Comanda Militar da Amazônia (CMA), Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o encontro com Jair Bolsonaro em novembro de 2022 não teve qualquer proposta ilegal. Segundo ele, o ex-presidente apenas desabafou sobre a derrota nas urnas.

Na época, Theophilo comandava o Comando de Operações Terrestres (Coter), estrutura responsável por acionar as tropas do Exército. Ele afirmou que foi ao Palácio da Alvorada com autorização do então comandante Marco Antônio Freire Gomes, com o objetivo de “acalmar os ânimos”.

“Ele [Bolsonaro] reclamou de tudo, problemas que houve no processo eleitoral, reclamou até algumas coisas dele próprio, ele achava que podia ter agido diferente, que poderia ter minorado a sua veemência em algumas coisas”, relatou o general, dizendo que o momento foi quase um “monólogo”.

Theophilo também disse ter tentado convencer Bolsonaro a seguir adiante. “Tudo já passou, e agora é tocar pra frente o barco e seguir o rumo normal das coisas”.

O general relatou que Bolsonaro reclamou de suposta desigualdade no processo: “Ele achava que houve uma condução meio enviesada. Ele não podia falar nada, não podia transmitir live, enquanto o concorrente podia.”

O militar foi categórico ao negar ter conhecido ou discutido a chamada “minuta do golpe”: “De maneira nenhuma, excelência. Não me foi apresentado nenhum documento, nem me foi proposto nenhuma coisa ilegal e constitucional, de tal forma que eu pudesse aderir ou não.”

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Foto: Alberto César Araújo/ALE-AM