Evangélicos pedem urgência em projeto que aumenta pena por estupro
A Frente Parlamentar aproveita a repercussão do caso da menina de dez anos que passou por um aborto legal após ser estuprada pelo tio

Publicado em: 20/08/2020 às 07:55 | Atualizado em: 20/08/2020 às 07:55
A Frente Parlamentar Evangélica da Câmara vai pedir urgência na tramitação de um projeto de lei de 2013 que aumenta a pena para os crimes de estupro.
O grupo aproveita a repercussão do caso da menina de dez anos que passou por um aborto legal após ser estuprada.
“É uma forma de a Casa dar uma resposta a essa situação”, afirma o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), presidente da Frente Parlamentar Evangélica na Casa.
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Segundo ele, os parlamentares Greyce Elias (Avante-MG) e Felipe Barros (PSL-PR) coletam assinaturas para embasar a solicitação e enviá-la ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Silas defende que o debate em torno do caso da garota deva considerar não só o estupro, mas também o aborto.
“Se esperasse mais semanas, teria condições de ter se salvo uma vida (a do feto), porque a criança estaria em perfeita situação para, em uma cirurgia de cesariana, ter sobrevivido”, defende Silas.
“A previsão é que a criança (em gestação) estava em cinco meses. Se espera mais, daria para fazer uma avaliação da situação com mais clareza, se teria a necessidade mesmo de fazer a retirada ou se numa cesariana salvaria as duas.”
“Da forma como foi feito, terminaram matando uma vida no ventre de uma criança e prejudicando muito uma outra vida, que foi a menina de dez anos, que passou por esse trauma todo”.
O deputado se diz estarrecido com o que julga ter sido um processo muito rápido entre a decisão judicial que permitiu a interrupção da gravidez e a realização do procedimento.
“É lamentável esse instinto contra a vida facilitado.”
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Foto: Câmara dos Deputados