EUA monitoram pix desde 2022 por possível impacto em empresas americanas

Agência de comércio avalia o impacto do sistema a empresas e tecnologias americanas

Publicado em: 20/07/2025 às 17:04 | Atualizado em: 20/07/2025 às 17:18

O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, pix, tem sido monitorado pelos Estados Unidos desde 2022, conforme documento do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR).

A agência, ligada ao governo americano, aponta preocupação com o papel duplo do Banco Central como regulador e operador da ferramenta, considerando o pix uma possível barreira comercial que impacta exportações e investimentos dos EUA no Brasil.

O USTR incluiu o pix pela primeira vez em seu relatório anual de 2022, que lista práticas internacionais com potencial de afetar empresas e tecnologias americanas.

Na última quinta-feira (16), a agência anunciou uma investigação formal para apurar possíveis favorecimentos do governo brasileiro ao uso do pix e supostos “ataques” a empresas de mídia social dos EUA, como a Meta.

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Analistas ouvidos pela Agência Brasil destacam que a reação americana pode estar ligada à concorrência gerada pelo pix a operadoras de cartão de crédito e ao próprio WhatsApp Pay, anunciado pela Meta em 2020 e suspenso pouco depois pelo Banco Central e pelo Cade por não seguir normas regulatórias do sistema financeiro brasileiro.

Com cerca de R$ 26,4 trilhões movimentados apenas em 2024, o Pix tem sido elogiado por promover agilidade, bancarização e inclusão financeira.

Para a economista Cristina Helena Mello, da PUC-SP, o modelo brasileiro representa uma inovação legítima que segue as regras de concorrência e proteção ao sistema financeiro nacional.

O Banco Central e o Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciaram sobre a investigação norte-americana.

Com informações de Agência Brasil 

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil