Estudo aponta que vacina mudou perfil de internados e mortos pela covid

Pesquisadores constataram que vacinação conseguiu 'equilibrar' outros fatores de risco, como problemas de coração, neurológicos e diabetes. Única exceção foi a doença renal, que continuou aumentando risco mesmo entre vacinados

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Publicado em: 10/02/2022 às 16:12 | Atualizado em: 10/02/2022 às 16:28

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), no interior de São Paulo, constataram que a vacinação contra a covid-19 reduziu o risco de internação e mortes pela doença mesmo em pacientes internados que tinham várias comorbidades, como problemas de coração e diabetes.

Entre os vacinados, apenas a idade acima de 60 anos e a doença renal permaneceram como fatores de risco.

Já problemas de saúde como os de coração, fígado, neurológicos, diabetes ou comprometimento imunológico foram relacionados a um risco maior de internação pela covid apenas para os não vacinados.

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“A vacina diminuiu o impacto de todas as comorbidades”, explica o médico e virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Famerp e um dos autores da pesquisa, que teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Os dados foram divulgados nesta semana no “Journal of Infection”, do Grupo Elsevier.

Os pesquisadores analisaram dados de 2.777 pacientes, internados com sintomas de covid entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021, para verificar o impacto da vacinação no perfil de pacientes internados com a doença.

Entre os participantes, nesse período, 2.518 (equivalente a 91% do total) ainda não haviam sido vacinados contra a doença no momento da internação. A idade média dos pacientes era de 51 anos de idade.

No entanto, é importante lembrar que a vacinação contra a covid-19 só começou no Brasil em 17 de janeiro, e foi feita em idade decrescente.

Até 12 de setembro do ano passado, só cerca de 34% dos brasileiros estavam imunizados.

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Foto: Marcello Casal Jr./ABr