Estudo afirma que aspirina reduz risco de intubaĂ§Ă£o em 44%

Segundo o estudo, o remĂ©dio tambĂ©m pode ajudar a manter pacientes fora da UTI e reduzir o risco de morte, provavelmente evitando pequenos coĂ¡gulos sanguĂ­neos

Estudo afirma que aspirina reduz risco de intubaĂ§Ă£o em 44%

Publicado em: 22/03/2021 Ă s 12:01 | Atualizado em: 22/03/2021 Ă s 13:53

O uso de doses baixas de aspirina pode ajudar a proteger os pulmões e reduzir a necessidade de colocar pacientes em ventiladores, afirma um estudo feito por pesquisadores da George Washington University, dos Estados Unidos, publicado na revista Anesthesia & Analgesia.

Segundo o estudo, o remĂ©dio tambĂ©m pode ajudar a manter pacientes fora da UTI e reduzir o risco de morte, provavelmente evitando pequenos coĂ¡gulos sanguĂ­neos.

A aspirina Ă© um dos medicamentos de venda livre mais amplamente disponĂ­veis no mercado. Seu custo, de apenas alguns centavos por dose nos Estados Unidos, Ă© muito pequeno em comparaĂ§Ă£o com outros medicamentos usados no tratamento da covid-19, como o Remdesivir, por exemplo, que pode custar milhares de dĂ³lares.

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A aspirina pode ajudar a prevenir a formaĂ§Ă£o de coĂ¡gulos sanguĂ­neos, e Ă© por isso que as pessoas que tiveram um ataque cardĂ­aco costumam ser aconselhadas a tomar aspirina infantil todos os dias.

“A razĂ£o pela qual começamos a olhar para a aspirina e covid Ă© porque, na primavera, todos nĂ³s percebemos que todos esses pacientes começaram a ter muitas complicações trombĂ³ticas, ou muitos coĂ¡gulos sanguĂ­neos que se formaram em seus corpos”, disse à CNN Jonathan Chow, professor-assistente de anestesiologia e medicina intensiva na Escola de Medicina e CiĂªncias da SaĂºde da George Washington.

“É por isso que pensamos que o uso de um agente antiplaquetĂ¡rio, ou um diluente do sangue, como a aspirina, pode ser Ăºtil no covid-19”, complementou.

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A equipe analisou os registros de 412 pacientes internados em vĂ¡rios hospitais dos Estados Unidos entre março e julho de 2020.

Cerca de 24% dos pacientes receberam aspirina nas primeiras 24 horas depois de serem hospitalizados ou nos sete dias anteriores Ă  admissĂ£o hospitalar. A maioria, 76%, nĂ£o recebeu o medicamento.

O uso de aspirina foi associado a uma reduĂ§Ă£o de 44% na ventilaĂ§Ă£o mecĂ¢nica, a uma reduĂ§Ă£o de 43% de internaĂ§Ă£o na UTI e a uma reduĂ§Ă£o de 47% na mortalidade hospitalar, apontam os pesquisadores.

Outros estudos fizeram descobertas semelhantes. Um deles, publicado na revista PLOS One, analisou mais de 30 mil veteranos norte-americanos com covid-19 e descobriu que aqueles que jĂ¡ tomavam aspirina tinham metade do risco de morrer do que aqueles que nĂ£o receberam as pĂ­lulas diĂ¡rias.

Os responsĂ¡veis pelo estudo, porĂ©m, pediram cautela com os resultados, pois a equipe ainda nĂ£o selecionou pacientes para os testes clĂ­nicos randĂ´micos com aspirinas e placebos.

Segundo Chow, um estudo desenvolvido no Reino Unido deve apontar se a aspirina melhora definitivamente os resultados em comparaĂ§Ă£o com pacientes que nĂ£o tomam a droga.

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Foto: Jeanette Martin/Gettyimages