Dois do AM escalados por Bolsonaro para abafa na PF e Receita do RJ

Delegado Alexandre Saraiva comandou operação que prendeu o ex-governador José Melo

Alexandre Saraiva

Publicado em: 19/08/2019 às 04:02 | Atualizado em: 08/01/2020 às 15:11

Neuton Corrêa, da Redação

 

Além do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva (foto), um auditor da Receita Federal, também do Amazonas, estava nos planos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), para ser usado em seus  propósitos de ingerência política no órgão.

O detalhe sobre esse auditor, cujo nome ainda não apareceu, mas que figura no noticiário como de pouca experiência para o posto, foi citado na edição desta segunda-feira, dia 19, pelo jornal Folha de S.Paulo.

Ele e o delegado, pivô da crise provocou ameaça de pedido de demissão coletiva dos delegados da PF neste fim de semana, substituíram servidores públicos da Polícia Federal e Receita que investigam as milícias cariocas e familiares do presidente no Rio de Janeiro.

“Bolsonaro, que tem reclamado publicamente da atuação da Receita, foi quem fez o pedido para que um auditor do Amazonas ocupasse a vaga de Oliveira”, diz trecho da matéria.

Oliveira é José Alex Nóbrega de Oliveira, delegado da alfândega do Porto de Itaguaí (RJ), que, no sábado, dia 17, distribuiu mensagem a colegas dizendo ter sido surpreendido há cerca de três semanas, quando o superintendente da Receita no Rio de Janeiro, Mario Dehon, teria lhe informado de que havia uma indicação política para assumir a alfândega do porto.

Segundo a mensagem, Dehon não concordou em substituir Oliveira por um auditor com pouca experiência para o cargo e, agora, está com o cargo ameaçado.

 

Gestos do presidente

Alexandre Saraiva, que comandou nos últimos dois anos as operações que prenderam o ex-governador do Amazonas José Melo e familiares do senador Omar Aziz (PSD), antes de ser indicado por Bolsonaro para a PF-RJ, já havia sido convidado pelo presidente para compor seu governo como ministro.

 

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Foto: BNC Amazonas/arquivo