Desvio no setor de combustíveis reacende alerta sobre mercado

TCU constatou que os recursos foram usados para contratar consultorias, advogados e agentes de inteligência privada para prejudicar concorrentes

Publicado em: 16/07/2025 às 17:23 | Atualizado em: 16/07/2025 às 17:23

O Instituto Combustível Legal (ICL), antigo Sindicom, voltou ao centro de uma polêmica que envolve uso irregular de R$ 150 milhões, boa parte oriunda da Petrobrás.

Segundo apuração da coluna Esplanada, o Tribunal de Contas da União (TCU) apura se o montante foi usado para financiar investigações privadas e ações de desgaste contra concorrentes das grandes distribuidoras, como Shell e Ipiranga — ambas associadas ao ICL, ao lado da própria Petrobrás.

O TCU identificou que os recursos bancaram consultorias de imprensa, escritórios de advocacia e agentes de inteligência privada, com objetivo de atingir marcas rivais no setor de combustíveis, prática considerada desleal e potencialmente ilegal.

Apesar da repercussão, nem o ICL nem a Petrobrás responderam aos questionamentos da coluna sobre quem está financiando esse tipo de ação atualmente.

O que mais chama atenção é que, mesmo após a revelação do esquema, o diretor-geral do ICL, Carlos Faccio, ex-executivo da Shell, mantém uma rede de assessores com trânsito livre em gabinetes do Executivo, Legislativo e Judiciário, em Brasília, conforme a coluna.

Isso levanta dúvidas sobre o grau de influência e os interesses por trás das movimentações do instituto.

A polêmica se soma a outras ações recentes do ICL, como a pressão por mais fiscalização sobre a mistura de biocombustíveis e o apoio a leis que punem distribuidoras inadimplentes.

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil