Delação de marqueteiros do PT está liberada para o público

Publicado em: 11/05/2017 às 13:08 | Atualizado em: 11/05/2017 às 13:08
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou a retirada do sigilo das delações premiadas do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Os dois são investigados por indícios de terem recebido dinheiro de caixa 2 por trabalhos em campanhas eleitorais. O ministro também retirou o sigilo da delação de André Luis Reis Santana, funcionário do casal.
Apesar da retirada do sigilo, o documento com as delações ainda não foi disponibilizado no sistema do STF.
Moura e Santana atuaram nas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014). O casal foi preso em fevereiro do ano passado e solto em agosto.
A delação premiada, proposta pela defesa e aceita pelo Ministério Público, foi homologada em abril pelo ministro. O acordo tramita no STF por envolver autoridades com o chamado foro privilegiado, como ministros e parlamentares.
Em fevereiro deste ano, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, condenou os dois a 8 anos e quatro meses pelo crime de lavagem de dinheiro. Atualmente, João Santana e a mulher cumprem pena em liberdade provisória.
Propinas em dólares
Durante as investigações da Lava Jato, foram encontrados indícios de que o marqueteiro recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014.
De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal, o dinheiro era oriundo de propina de contratos na Petrobras.
O ex-marqueteiro do PT e a mulher confirmaram ao juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornick foi de caixa 2 da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010.
“Foi caixa 2 mesmo”, disse Mônica em audiência na Justiça Federal, em julho de 2016.
Fonte: G1/STF
Foto: Cassiano Rosário/Diário do Poder