CPI ouve comitê do governo que confirma ineficácia do ‘kit covid’

O comitê já havia concluído, em outro estudo, que casos graves também não devem ser tratados com os medicamentos do kit

CPI da covid pode não ser extinta após o fim dos trabalhos

Publicado em: 11/10/2021 às 16:16 | Atualizado em: 11/10/2021 às 16:21

Senadores do grupo majoritário da CPI da covid preparam convite, ou mesmo convocação, para a próxima segunda-feira (18) de um integrante da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para falar sobre o uso do chamado “kit covid” para tratar pacientes leves ou em ambiente ambulatorial.

A Conitec finalizou um relatório, encomendado pelo governo, sobre a eficácia do kit Covid, mas o documento foi tirado da pauta da reunião da última semana por pressão do governo federal. O kit é formado por remédios sem eficácia.

A intenção da CPI, confirmada pelo presidente, Omar Aziz (PSD-AM), é levar o professor Carlos Carvalho, que coordenou o estudo, à comissão.

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O motivo da retirada de pauta foi a pressão do governo, descontente com a conclusão do estudo: o “kit covid” não é recomendado para tratar a doença, nem em casos leves.

A Conitec já havia concluído, em outro estudo, que casos graves também não devem ser tratados com os medicamentos do kit.

Segundo senadores da CPI, é importante que a comissão não encerre os trabalhos sem que haja um posicionamento científico que desaconselhe o uso da medicação pelo SUS.

A continuidade dos trabalhos da CPI, com a presença do depoente da Conitec, seria uma forma de pressão para que o governo não engavete o relatório.

O maior difusor da defesa do “kit covid” é o presidente Jair Bolsonaro, que citou os medicamentos até no recente discurso de abertura das Nações Unidas.

Mesmo com uma eventual extensão da CPI, segue a previsão do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), de entregar seu relatório na próxima semana.

A CPI tem prazo regimental para ir até o início de novembro.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado