Covid: alĂ©m do oxigĂªnio no Amazonas, Bolsonaro ignorou mil alertas

Os relatĂ³rios carimbados oficialmente pela AgĂªncia Brasileira de InteligĂªncia (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) demonstram que as informações foram ignoradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

AviĂ£o e dinheiro colocam Bolsonaro no crime das milĂ­cias digitais

Publicado em: 28/07/2023 Ă s 14:55 | Atualizado em: 28/07/2023 Ă s 14:57

A inteligĂªncia do governo elaborou mais de mil relatĂ³rios sobre a situaĂ§Ă£o da pandemia de covid-19 no Brasil, porĂ©m, os documentos foram mantidos sob sigilo por pelo menos um ano, de março de 2020 a julho de 2021.

Os relatĂ³rios carimbados oficialmente pela AgĂªncia Brasileira de InteligĂªncia (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) demonstram que as informações foram ignoradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como as recomendações do MinistĂ©rio da SaĂºde (MS).

Os documentos alertam sobre os graves distĂºrbios cardĂ­acos relacionados ao uso de medicamentos como a cloroquina, desaconselham seu uso, recomendam o distanciamento social e a vacinaĂ§Ă£o como medidas efetivas de controle da doença.

AlĂ©m disso, apontam a possibilidade de colapso da rede de saĂºde e funerĂ¡ria no Brasil e criticam a falta de transparĂªncia do governo na divulgaĂ§Ă£o dos dados da pandemia.

Os superiores à época do GSI e da Abin eram o general Augusto Heleno e o atual deputado federal Alexandre Ramagem, respectivamente.

Enquanto o MinistĂ©rio da SaĂºde teve quatro gestores durante o perĂ­odo analisado: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga.

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Embora algumas estimativas da Abin tenham se aproximado dos dados reais registrados no paĂ­s, houve casos em que a pandemia superou as expectativas dos estudos, como em abril de 2021, quando o nĂºmero de mortos ultrapassou a projeĂ§Ă£o mais pessimista.

A Folha de S.Paulo obteve acesso a mais de mil arquivos por meio da Lei de Acesso Ă  InformaĂ§Ă£o (LAI), sendo que pelo menos 18 relatĂ³rios mencionam o risco de colapso regional e outros 12 afirmam que o paĂ­s ainda nĂ£o havia atingido o pico da doença.

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Foto: Beto Barata/PL