“Corto meus braços se seu avô falou uma coisa dessas”, diz filha de Temer

Publicado em: 09/02/2018 às 09:10 | Atualizado em: 09/02/2018 às 09:10
Luciana cresceu ouvindo o pai declamar Castro Alves. Dele herdou a consciência moral e da mãe, a consciência cristã. E então foi construindo sua trajetória, hoje como professora de direitos constitucionais da PUC-SP e da Uninove, e presidindo o Instituto Liberta, criado pelo filantropo Elie Horn, de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Antes, foi secretária de assistência social da Prefeitura, na gestão de Fernando Haddad, a quem admira e se identifica. Ex-delegada de defesa da mulher, em Osasco, trabalhou também com o governador Geraldo Alckmin e tem Gabriel Chalita em alta conta.
Defende a legalização do aborto, das drogas e regulamentação da prostituição. Luciana Temer, 48 anos, a filha primogênita do presidente Michel, foge dos paradigmas óbvios do jogo fácil das polarizações políticas. Ela decidiu compartilhar um olhar mais íntimo sobre suas crenças e valores, nesta entrevista que se segue.
Perguntada se as crises agudas envolvendo o pai dela, se conseguiu separar as coisas, ficar tranquila, ela respondeu:
“Não. É muito triste, muito difícil você ver o nome do seu pai, que é uma pessoa que você conhece há 50 anos, jogado na lama. Quando saiu na Globo aquela primeira chamada dizendo que havia um áudio no qual meu pai dizia pra o Joesley para subornar o (Eduardo) Cunha pra ficar calado, eu estava na rua, ouvindo o rádio. E aí eu cheguei em casa, meus filhos estavam em casa, não tinham ouvido a notícia; liguei no Jornal Nacional, e aí o meu filho virou pra mim e falou assim: “O que é isso? Você acredita? O que está acontecendo?”. Eu falei: “olha, meninos, eu não ouvi esse áudio, ninguém ouviu esse áudio. Mas, eu vou dizer pra vocês, eu corto os meus dois braços se o seu avô falou uma coisa dessas. Eu conheço o seu avô há 50 anos, ele jamais, em tempo algum falaria uma frase dessas.” E, afinal, quando saiu o áudio essa frase não existia. A frase que aparece no áudio é: “Estou mantendo uma boa relação”. “Ah, você deve mesmo fazer isso”. Isto é meu pai. Com informações do Estadão Conteúdo.
Leia a entrevista no Estadão
Foto: Reprodução/Varela Notícias