Condenado a quase 400 anos, mas em casa, Cabral pede desculpa a Toffoli
A acusação foi feita em um acordo de delação premiada para a PF em 2020

Publicado em: 05/03/2023 às 13:23 | Atualizado em: 05/03/2023 às 13:37
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral pediu desculpas ao ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), após acusá-lo de receber dinheiro em troca de uma decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A acusação foi feita em um acordo de delação premiada para a Polícia Federal em 2020.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Cabral disse que distorceu a informação porque “estava com raiva do Judiciário”. Essa foi a primeira entrevista concedida pelo ex-governador após passar seis anos preso. Cabral foi detido durante a Operação Lava Jato do Rio e estava na cadeia desde o dia 17 de novembro de 2016.
No acordo de delação, Cabral afirmou que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para beneficiar dois prefeitos de cidades do Rio em processos no TSE.
Os repasses teriam ocorrido entre os anos de 2014 e 2015 e envolveriam o escritório de advocacia da mulher do ministro, a advogada Roberta Rangel.
“Eu quero pedir desculpas ao ministro Toffoli. Quero pedir desculpas. Eu fiquei com raiva do Judiciário, eu achei que o mundo inteiro conspirava contra mim, e distorci uma história. Quero pedir desculpas ao ministro Dias Toffoli, que sempre me tratou com muita distinção, que nunca me pediu nada errado”, disse Cabral ao Metrópoles.
Anulação
Com placar de 7 votos a 4, o STF anulou no dia 27 de maio de 2021 a delação de Sérgio Cabral que citava Toffoli.
Os ministros acolheram um pedido da PGR (Procuradoria-geral da República) contra o acordo feito pelo ex-governador com a PF.
Toffoli sempre negou o relato e disse jamais ter recebido os valores mencionados por Cabral.
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Foto: Tânia Rego/ABr