CCJ aprova, para debates, a extinĂ§Ă£o de cinco impostos e criaĂ§Ă£o de dois

Publicado em: 22/05/2019 Ă s 17:03 | Atualizado em: 22/05/2019 Ă s 17:03
A ComissĂ£o de ConstituiĂ§Ă£o e Justiça e de Cidadania (CCJ/foto) aprovou, nesta quarta-feira (22), a admissibilidade da reforma TributĂ¡ria (PEC 45/19). Nessa reforma, estĂ¡ sendo proposta a extinĂ§Ă£o de cinco impostos e criados outros dois. Governo e Congresso Nacional concordam com essa reforma. As informações sĂ£o da AgĂªncia CĂ¢mara NotĂcias e do G1.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) acaba com trĂªs tributos federais – IPI, PIS e Cofins -, com o ICMS, que Ă© estadual, e com o ISS, municipal.
Todos eles incidem sobre o consumo. No lugar deles, Ă© criado o IBS – Imposto sobre Operações com Bens e Serviços, de competĂªncia de municĂpios, estados e UniĂ£o, alĂ©m de um outro imposto, sobre bens e serviços especĂficos, esse de competĂªncia apenas federal. O tempo de transiĂ§Ă£o seria de dez anos.
O deputado JoĂ£o Roma (PRB-BA), segundo a AgĂªncia CĂ¢mara, apresentou na semana passada parecer recomendando a aprovaĂ§Ă£o da proposta na CCJ.
No relatĂ³rio, ele argumentou que a reforma apresentada nĂ£o contraria a ConstituiĂ§Ă£o e segue critĂ©rios tĂ©cnicos, ou seja, que ela deve ser admitida pela CCJ para ter a anĂ¡lise de seu conteĂºdo iniciada.
O relator entendeu que os questionamentos Ă proposta seriam centrados na unificaĂ§Ă£o de tributos, que poderia, segundo alguns entendimentos, contrariar a autonomia dos estados e municĂpios e ferir o pacto federativo.
Mas como o IBS serĂ¡ composto por trĂªs alĂquotas – federal, estadual e municipal; e UniĂ£o, estados e municĂpios poderĂ£o fixar sua alĂquota do IBS em valor diferente, JoĂ£o Roma entendeu que nĂ£o havia riscos para o pacto federativo.
Debate do mérito
A reforma tributĂ¡ria serĂ¡ agora analisada por uma comissĂ£o especial criada com essa finalidade.
Se aprovada, segue para anĂ¡lise do plenĂ¡rio, onde precisarĂ¡ ser aprovada por ao menos 308 votos em dois turnos e seguir para a apreciaĂ§Ă£o do Senado.
Procurado pelo G1, apĂ³s audiĂªncia com o presidente Jair Bolsonaro, o secretĂ¡rio da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou que o governo apoia o projeto e que vai opinar sobre a proposta quando se iniciarem as discussões na comissĂ£o especial.
“O governo vai apoiar este projeto, conhece o projeto. Logicamente que vamos opinar quando chegar o momento oportuno na comissĂ£o especial, mas vejo com grande otimismo a perspectiva de avanço rĂ¡pido”, declarou.
Segundo Cintra, “Ă© a primeira vez, ao longo de 30 anos, que Executivo e Legislativo estĂ£o de mĂ£os dadas, engajados na aprovaĂ§Ă£o de um projeto comum” de reforma tributĂ¡ria.
Foto:Â Will Shutter/CĂ¢mara dos Deputados