Carta a comando militar não tem dez assinaturas de oficiais ativos
Nota do Exército diz: "Os militares da ativa, por definição legal e por compromisso com a Nação Brasileira, são apartidários em suas condutas"

Publicado em: 29/11/2022 às 22:37 | Atualizado em: 29/11/2022 às 22:37
Uma carta dos oficiais superiores da ativa ao comandante do Exército Brasileiro circulou, nessa segunda-feira (28), em grupos de WhatsApp de militares sem trazer nenhuma assinatura.
Em seguida, o documento foi postado como petição na internet, onde recebeu cerca de 600 adesões, quase todas de oficiais da reserva ou de civis.
De acordo com apuração do portal do Estadão, nenhum oficial general assinou o documento e menos de uma dezena de signatários se identificou como militar da ativa – entre eles um da Marinha e outro da Força Aérea.
Suspeita-se no Exército, conforme o texto reproduzido no portal Terra, da participação de bolsonaristas na execução do documento.
A carta faria parte de uma campanha de agressões contra integrantes do alto comando.
À tarde, o Exército divulgou nota na qual afirma: “Os militares da ativa, por definição legal e por compromisso com a Nação Brasileira, são apartidários em suas condutas, preservando os valores pertinentes à carreira das Armas. São servidores do Estado, cuja coesão em torno de suas missões constitucionais é reforçada, permanentemente, pela liderança de seus Comandantes nos diversos níveis hierárquicos”.
Compromisso militar
O documento faz considerações sobre compromissos dos militares com a legalidade e críticas veladas à atuação do poder Judiciário no processo eleitoral, mas evita manifestações diretas.
A carta conclui, afirmando, ainda, que os oficiais estão “atentos a tudo que está acontecendo e que vem provocando insegurança jurídica e instabilidade política e social no país”.
E segue fazendo uma crítica à atuação do Poder Judiciário. “Ademais, preocupa-nos a falta de imparcialidade na narrativa dos fatos e na divulgação de dados, por parte de diversos veículos de comunicação”.
A carta termina com a seguinte afirmação: “Covardia, injustiça e fraqueza são os atributos mais abominados para um Soldado. Nossa nação, aquela que entrega os maiores índices de confiança às Forças Armadas, sabe que seus militares não a abandonarão.” O documento faz uma crítica velada à posição legalista da maioria dos militares da ativa, contrários a quaisquer aventuras que signifiquem um golpe de Estado contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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Foto: reprodução/CartaCapital