CĂ¡rmen LĂºcia vota que ICMS seja retirado do cĂ¡lculo de impostos federais
O STF decidiu em março de 2017 que o ICMS, por nĂ£o se caracterizar como receita ou faturamento — a base de incidĂªncia do PIS e da Cofins —, deveria ser excluĂdo do cĂ¡lculo das contribuições

Publicado em: 13/05/2021 Ă s 10:23 | Atualizado em: 13/05/2021 Ă s 10:23
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar os embargos de declaraĂ§Ă£o da UniĂ£o contra a chamada tese do sĂ©culo na quarta-feira (12).
A ministra CĂ¡rmen LĂºcia votou para que a decisĂ£o que excluiu o ICMS da base de cĂ¡lculo do PIS e da Cofins tenha validade a partir do dia 15 de março de 2017 — data em que os ministros definiram esse caso no plenĂ¡rio da Corte.
Significa que aqueles contribuintes que ajuizaram aĂ§Ă£o para discutir o tema atĂ© esta data tĂªm o direito de receber de volta o que pagaram a mais ao governo no passado.
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JĂ¡ aqueles que nĂ£o tinham aĂ§Ă£o em curso, nĂ£o terĂ£o esse direito.
Relatora do processo sobre a chamada “tese do sĂ©culo”, CĂ¡rmen LĂºcia tambĂ©m votou para que todo o ICMS seja retirado do cĂ¡lculo do PIS e da Cofins.
Ou seja, aquele que incide sobre a mercadoria e consta na nota fiscal. A UniĂ£o pedia para que somente o imposto efetivamente recolhido aos Estados fosse excluĂdo.
O STF decidiu em março de 2017 que o ICMS, por nĂ£o se caracterizar como receita ou faturamento — a base de incidĂªncia do PIS e da Cofins —, deveria ser excluĂdo do cĂ¡lculo das contribuições.
Isso provocou uma reduĂ§Ă£o dos valores a pagar ao governo federal e gerou tambĂ©m um acĂºmulo de crĂ©ditos fiscais decorrentes do que as empresas pagaram a mais no passado.
Agora, os ministros analisam o recurso apresentado pela UniĂ£o contra essa decisĂ£o. A Fazenda Nacional pede para que eles apliquem a chamada modulaĂ§Ă£o de efeitos ao caso.
O Ministério da Economia estima perdas de R$ 258,3 bilhões com esse julgamento.
JĂ¡ os contribuintes dizem que se os ministros liberarem a UniĂ£o das devoluções, o efeito, para o mercado, serĂ¡ catastrĂ³fico.
PoderĂ¡ ter impacto, inclusive, nos preços das ações das empresas na bolsa de valores.
A discussĂ£o serĂ¡ retomada na sessĂ£o desta quinta-feira (13).
Ainda faltam os votos de dez ministros para que se tenha o desfecho.
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Foto: DivulgaĂ§Ă£o