Bolsonaro sugere reajuste do ‘fundĂ£o’ pela inflaĂ§Ă£o apĂ³s anunciar veto

Em 2019, o fundo foi tema de impasse e o presidente foi pressionado a vetar a despesa aprovada naquele ano para a Lei OrçamentĂ¡ria Anual (LOA) de 2020

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Publicado em: 20/07/2021 Ă s 18:19 | Atualizado em: 20/07/2021 Ă s 18:19

O presidente Jair Bolsonaro defendeu, nesta terça-feira, 20, a possibilidade de reajustar a despesa com os partidos polĂ­ticos pela correĂ§Ă£o da inflaĂ§Ă£o. Antes, prometeu vetar o aumento do “fundĂ£o” ou fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões.  

O presidente nĂ£o deixou claro ao que exatamente se referia, nem detalhou prazo ou qual seria o valor de referĂªncia considerado. A reportagem Ă© do EstadĂ£o, republicada pela revista Exame. 

“O ano retrasado eu sancionei algo parecido, mas que levou-se em conta a inflaĂ§Ă£o do perĂ­odo, e eu nĂ£o tinha como vetar, alguns queriam que eu vetasse mesmo assim. Se eu vetar, eu estou incurso do artigo 85 da ConstituiĂ§Ă£o, que fala dos crimes de responsabilidade. Eu tenho que cumprir lei”, disse o presidente, em entrevista Ă  RĂ¡dio Itatiaia. 

Bolsonaro afirmou que, todo ano, o fundo eleitoral tem que ter seu valor corrigido levando-se em conta a inflaĂ§Ă£o.  

Em 2019, o fundo foi tema de impasse e o presidente foi pressionado a vetar a despesa aprovada naquele ano para a Lei OrçamentĂ¡ria Anual (LOA) de 2020.

Veto  

Como a despesa Ă© obrigatĂ³ria, o Planalto nĂ£o poderia vetar todo o montante e alegou perigo de cometer crime de responsabilidade ao sancionar o Orçamento com o fundo. 

Desta vez, Ă© diferente. O impasse se dĂ¡ mais cedo, em torno da regra aprovada pelo Congresso na Lei de Diretrizes OrçamentĂ¡rias (LDO) que pode ser alterada para “amarrar” o valor lĂ¡ na frente. 

Se Bolsonaro vetar a regra da LDO, como anunciou, o valor do montante ficarĂ¡ em aberto e terĂ¡ que ser decidido na LOA, encaminhada pelo governo em agosto e que deve ser votada pelo Congresso atĂ© o fim deste ano.

Dessa forma, o governo e os parlamentares terĂ£o que estabelecer o gasto com as campanhas obedecendo a seguinte regra: o valor dos impostos arrecadados com o fim da propaganda partidĂ¡ria, calculado em R$ 803 milhões no ano que vem, mais um porcentual nĂ£o definido da reserva destinada Ă s emendas parlamentares de bancada, que devem somar R$ 8 bilhões no prĂ³ximo ano.

“CentrĂ£o”

As negociações para definiĂ§Ă£o do montante sĂ£o encabeçadas pelo “centrĂ£o”, que integra a base de Bolsonaro no Legislativo.

Os partidos pressionam por um patamar mínimo de R$ 4 bilhões, ou seja, o dobro do gasto das eleições municipais de 2020, que foi de R$ 2 bilhões. 

Bolsonaro reiterou que vai vetar o aumento e que sĂ³ nĂ£o teria feito isso atĂ© agora, porque o projeto ainda nĂ£o chegou para sua sanĂ§Ă£o. A partir do recebimento, ele terĂ¡ 15 dias Ăºteis para formalizar a decisĂ£o.

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Foto: TV Brasil