Bolsonaro Ă© denunciado por ameaçar liberdade de expressĂ£o 

Desta vez, a denĂºncia partiu do ObservatĂ³rio para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil (Demos)

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Publicado em: 09/07/2022 Ă s 13:56 | Atualizado em: 09/07/2022 Ă s 13:56

O presidente Jair Bolsonaro foi denunciado, mais uma vez, por ameaçar a liberdade e expressĂ£o no Brasil. Desta vez, a denĂºncia foi levada Ă  ComissĂ£o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e Ă  relatoria da OEA.

Os delatores, desta vez, sĂ£o juristas e acadĂªmicos do ObservatĂ³rio para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil (Demos).

De acordo com o observatĂ³rio, o presidente brasileiro ameaças Ă  liberdade de expressĂ£o frente Ă s eleições deste ano.

Entretanto, atĂ© o momento, o presidente nĂ£o foi condenado em nenhuma aĂ§Ă£o por tolher a liberdade de expressĂ£o.

No documento, conforme publicaĂ§Ă£o de O Globo, o grupo alerta que, no Ăºltimo perĂ­odo eleitoral de 2018, jĂ¡ houve um estĂ­mulo ao disparo de mensagens falsas e manipuladas como mecanismo de difusĂ£o de discurso de Ă³dio nas redes.

Neste caso, por exemplo, ficou provado que o Partido dos Trabalhadores (PT) foi quem fazia disparos negativos contra Bolsonaro e, por isso, foi punido na Justiça Eleitoral.

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O observatĂ³rio afirma que, no Brasil, tal estratĂ©gia de mensagens falsas tem o objetivo de fragilizar opositores. E cita que a retĂ³rica do presidente da RepĂºblica se baseia em uma suposta defesa da liberdade de expressĂ£o, embora somente Ă queles que compartilham apreço por suas ideias. 

A denĂºncia expõe que Bolsonaro emitiu 1.682 declarações falaciosas apenas em 2020. Contextualiza ainda que a disseminaĂ§Ă£o de notĂ­cias falsas e ataques Ă© alvo de investigaĂ§Ă£o do Legislativo e JudiciĂ¡rio, como o inquĂ©rito das fake news no STF. Esse inquĂ©rito Ă© considerado inconstitucional

“O governo Bolsonaro e sua rede de apoio constroem um discurso que busca caracterizar o controle de abusos nos discursos desinformativos como uma forma de censura. Evocando uma aparĂªncia de legalidade, o presidente tenta impor obstĂ¡culo que impedem o exercĂ­cio da moderaĂ§Ă£o de conteĂºdo, permitindo a difusĂ£o de discursos nocivos”, diz o observatĂ³rio.

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Os signatĂ¡rios pedem que as entidades solicitem ao Estado brasileiro informações sobre as medidas adotadas para coibir a desinformaĂ§Ă£o e garantir a liberdade de expressĂ£o.

TambĂ©m requerem que seja formulada uma recomendaĂ§Ă£o ao governo para tomar providĂªncias a favor dos direitos humanos, alĂ©m de promover audiĂªncias sobre o tema e uma reuniĂ£o para investigar o respeito Ă  democracia durante o processo eleitoral. 

A iniciativa conta com o apoio de entidades brasileiros ligadas aos direitos humanos e Ă  liberdade de expressĂ£o, como a Abraji , APIB e ABJD. 

Integram o comitĂª executivo do observatĂ³rio pesquisadores de direito e ciĂªncia polĂ­tica, como EstefĂ¢nia Maria Barboza, EmĂ­lio Peluso Meyer, Clara Iglesias e Diego Arguelhes.

Subscrevem o documento outros importantes acadĂªmicos, entre eles Marcos Nobre, SĂ©rgio Abranches, Gabriela Lotta e Christian Lynch. 

Com informações do blog de Lauro Jardim em O Globo. 

 Foto: FĂ¡bio Pozzebom/AgĂªncia Brasil