Sem convite e sem passaporte, Bolsonaro nĂ£o vai ver posse de Trump
Alexandre de Moraes nega pedido de Jair Bolsonaro para viajar aos EUA, destacando ausĂªncia de convite formal e risco de fuga enquanto seguem as investigações sobre golpe.

Publicado em: 16/01/2025 Ă s 15:30 | Atualizado em: 16/01/2025 Ă s 15:30
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou mais uma vez o pedido de devoluĂ§Ă£o do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pretendia viajar aos Estados Unidos para participar da posse do presidente eleito Donald Trump, em 20 de janeiro. A decisĂ£o mantĂ©m a restriĂ§Ă£o de viagem, imposta desde fevereiro de 2024, como medida cautelar em investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
AusĂªncia de convite formal
A defesa de Bolsonaro alegou que a posse de Trump Ă© um evento de “notĂ³ria magnitude polĂtica e simbĂ³lica”, mas nĂ£o apresentou prova formal de convite.
Segundo Moraes, nenhum documento foi anexado para comprovar o convite feito por Trump ao ex-presidente, fragilizando a justificativa para a viagem.
Risco de fuga
Na decisĂ£o, Moraes reiterou que a proibiĂ§Ă£o de Bolsonaro deixar o paĂs permanece essencial devido aos indĂcios de que ele poderia tentar evadir-se para escapar da aplicaĂ§Ă£o da lei penal.
O ministro citou declarações anteriores do ex-presidente e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mencionaram publicamente a possibilidade de asilo polĂtico no exterior.
InvestigaĂ§Ă£o sobre tentativa de golpe
O passaporte de Bolsonaro foi retido pela PolĂcia Federal (PF) em fevereiro de 2024, no Ă¢mbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para mantĂª-lo no poder.
Bolsonaro e mais 39 pessoas foram indiciados por envolvimento nesse esquema, que teria contado com a participaĂ§Ă£o de aliados e militares.
O caso estĂ¡ em anĂ¡lise pela Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR), com expectativa de denĂºncias ao STF em fevereiro.
PGR reforça ausĂªncia de interesse pĂºblico
O procurador-geral da RepĂºblica, Paulo Gonet, defendeu a manutenĂ§Ă£o da restriĂ§Ă£o, destacando que a viagem nĂ£o possui relevĂ¢ncia pĂºblica.
“A jornada desejada atende a um interesse privado do requerente, sem apresentar necessidade bĂ¡sica ou urgente que justifique a saĂda do paĂs”, afirmou Gonet.
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Foto: Alan Santos/PR