Bolsonaristas mostram temor do relator da CPI e recorrem ao STF

Parlamentares argumentam que Calheiros não pode participar da CPI porque é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL), que pode vir a ser alvo da comissão

Publicado em: 28/04/2021 às 14:41 | Atualizado em: 28/04/2021 às 14:50

Senadores entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27) para impedir o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O relator no STF será o ministro Ricardo Lewandowski.

A Comissão, instalada ontem, é responsável por apurar ações e omissões do governo federal e eventuais desvios de verbas federais enviadas aos estados para o enfrentamento da pandemia.

Calheiros foi indicado relator pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD). O pedido foi feito pelos senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

Os senadores argumentam que Calheiros não pode participar da CPI porque é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL), e governadores podem vir a ser investigados pela comissão.

Conforme publicou o G1, o pedido também alega conflito de interesses para o suplente de Calheiros, Jader Barbalho (MDB), que também tem um filho governador, Helder Barbalho (MDB-PA).

STF diz que escolha é do Senado

De acordo com o blog de Valdo Cruz, ministros do STF disseram que a escolha de relator de uma CPI é uma decisão interna do Senado, na qual não cabe interferência do Judiciário.

O comentário foi feito em relação ao mandado de segurança impetrado no tribunal pelos senadores governistas contra a indicação de Calheiros.

Além das ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia, a CPI também tem como foco os repasses de recursos federais aos estados.

Antes, bolsonaristas tentaram também barrar Renan Calheiros na Justiça, mas não tiveram sucesso.

Leia mais

Bolsonaristas querem defensora da cloroquina para depor na CPI da covid

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil